Giardíase canina: o que pode acontecer se você não recolhe o cocô do cãozinho

Doença é uma zoonose, pode infectar humanos e levar os animais à morte em casos mais graves

Giardíase canina: o que pode acontecer se você não recolhe o cocô do cãozinho
Transmissão acontece com a ingestão de alimentos ou água contaminados
Pixabay

Você já ouviu falar em giardíase canina? Os cãezinhos infectados pela doença, que é uma zoonose (pode ser transmitida para os humanos), podem apresentar sintomas comuns a outros tipos de enfermidades como diarreia, vômitos e dores abdominais, principalmente. As fezes moles e com cheiro mais forte que o comum também podem vir acompanhadas de perda de peso e até levar o animalzinho à morte em casos mais sérios.

A transmissão acontece através da ingestão de alimentos ou água contaminados pelos cistos (ovos) do protozoário chamado Giardia lamblia. Quem puxar pela memória as aulas de Ciências na escola vai se recordar deste nome estudado quando o assunto era contaminação e saúde pública.

Isso porque muito se falava sobre as condições precárias de saneamento básico que facilitavam a multiplicação do protozoário. Hoje, mesmo com uma incidência maior de esgoto tratado e muito menos a céu aberto, principalmente nas grandes cidades, a doença continua a se propagar em virtude de hábitos humanos indesejáveis como, por exemplo, não recolher o cocô dos doguinhos durante os passeios.

Uma vez que o animal está contaminado e elimina suas fezes em um determinado local, todo o ambiente ao redor passa a ter a presença dos ‘ovos’ da giárdia. E aí começa um problemão: o cão infectado pode eliminar 10 mil cistos por grama de fezes e esses cistos são capazes de sobreviver ao ambiente, que em muitas situações é um local frequentado por inúmeros animais e crianças, principalmente nos parques e pet parcões, jardins de cães e pracinhas de bairro.

A médica-veterinária e gerente de produtos para animais de companhia da Zoetis, Fabiana Avelar, explica que é exatamente por isso que a reinfecção é muito frequente, já que existe uma grande dificuldade de se remover estes ‘ovos’ do ambiente.

Outro ponto importante a ser citado, de acordo com Fabiana, é que mesmo infectados, alguns cãezinhos não apresentam nenhum sintoma característico, mas ainda assim continuam eliminando os cistos e podendo contaminar adultos, crianças e outros animais.

É por isso que medidas como lavar bem as mãos antes das refeições, consumir apenas água filtrada ou fervida e manter limpo o local onde os cães frequentam e vivem são muito bem-vindas para impedir a contaminação.

O tratamento é definido pelo veterinário e inclui medicamentos específicos após avaliação geral e anamnese completa, além de resultados de exames complementares. Como cada veterinário apresenta uma conduta, não há como prever custos do tratamento.

Solução

As visitas periódicas ao veterinário, que todos os tutores devem garantir aos pets, são importantes sob muitos aspectos.

“Esses checkups anuais são muito válidos porque, se o animal, mesmo assintomático, testar positivo em um exame de fezes, é questão de saúde pública. Ele pode contaminar outros animais, filhotes, por exemplo, que não estão com o sistema imune fortalecido, além de humanos idosos e crianças. Como hoje os animais fazem parte da família e o contato é muito próximo, a gente precisa prestar atenção às doenças que são classificadas como zoonoses”, explicou a médica-veterinária. 

Além dos checkups, a vacina contra a giardíase já existe e é uma grande aliada no combate à doença. A GiardiaVax, da Zoetis, é uma vacina inativada contra a giardíase canina e recomendada para cães sadios a partir de oito semanas de idade. O produto não vende livremente em farmácias veterinárias nem petshops e precisa ser solicitado ao veterinário.

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