Aplicativo facilita ‘match’ perfeito entre cãezinhos e humanos; conheça

Com a ajuda da tecnologia, já podemos adotar o cãozinho mais perfeito para a nossa realidade

Aplicativo facilita ‘match’ perfeito entre cãezinhos e humanos; conheça
App faz perguntas aos humanos e determina a compatibilidade do animal com a nova família
Elanco/Divulgação

Imagine encontrar o mais novo amor da sua vida com a ajuda do algoritmo para um “match” perfeito. Agora, esqueça todos os aplicativos de namoro que passaram pela sua mente e pense em algo mil vezes melhor: sim! Com a ajuda da tecnologia, já podemos adotar o cãozinho mais perfeito para a nossa realidade, que possa sentir-se bem e acolhido na nova casa porque o ambiente, as pessoas e a rotina se encaixam à personalidade do doguinho/novo integrante da família.

A ideia do aplicativo Cãobinado surgiu pouco depois do app vizinho, o Hyppet (criado em 2019), e também pretende encontrar lares amorosos para cãezinhos abandonados. O Cãobinado, porém, é uma iniciativa da farmacêutica Elanco, que em 2021 lançou o movimento Adoção de Responsa com a ideia de promover saúde e bem-estar entre os pets sem família.

O app está em fase piloto com animais cadastrados por duas instituições de São Paulo – Cão Sem Dono e Projeto CAPA. Por isso, circula em sua versão Beta e ainda precisa de ajustes nas fotos dos bichinhos para as telinhas dos celulares.

O Cãobinado aplica um questionário inicial ao futuro tutor com perguntas sobre o número de pessoas na casa, quantas horas passam fora, se tem experiência em cuidar de um pet, se o animalzinho terá acesso a atividades ao ar livre, entre outras que pretendem cruzar os dados para encontrar o pet que mais se encaixa ao estilo de vida, hábitos e necessidades da família.

A ideia é que o projeto seja ampliado para outras regiões do país no próximo ano e abra a possibilidade de mais ONGs se cadastrarem para que os animais encontrem um novo lar. Isso tudo, claro, levando-se em consideração, principalmente, a personalidade de cada cãozinho. 

O zootecnista mestre em Medicina Veterinária, comportamento e bem-estar animal, Renato Zanetti, foi quem elaborou as perguntas a pedido da Elanco. “A minha tese de mestrado tratou do motivo pelo qual os pets são adotados e o motivo pelo qual são abandonados. Basicamente, são adotados pela beleza e abandonados pelo comportamento. Então veio a ideia de passar para o adotante a personalidade que mais se adapta ao perfil da família”, explicou.

Então, assim que responde às perguntas dentro do aplicativo, o candidato a tutor é direcionado às opções de “match” mais perfeito que apresenta um grupo de cãezinhos e a porcentagem de compatibilidade com a família. Em uma escala representada por marcas de patinhas, o humano observa o nível do “match” através de itens como atividades ao ar livre, conhecimento, convivência eventual, família e horas fora de casa.

Ao encontrar o amigo perfeito, o tutor clica no botão “quero adotar!” e é direcionado para os contatos da ONG responsável pelo animalzinho.

“As ONGs que estão conosco são muito sérias e o aplicativo facilita muito o primeiro contato das pessoas com os pets, que já chegam envolvidas no processo e entendendo que a adoção não é um ato simples e necessita de muitas informações”, explica Roberta Paiva, gerente de marketing de Pet Health da Elanco.

Uma delas, a Cão Sem Dono, que existe oficialmente desde 2008, dispõe de quase 500 animais para adoção. Todos “moram” atualmente em um sítio em Itapecerica da Serra ansiosos por uma família para chamar de sua.

Uma década na espera

Aos 12 anos, o Garoto, um simpático SRD caramelo, espera há 10 por um lar, é destaque nas redes sociais da ONG. Super sociável e amável com humanos, o Garoto não convive muito bem com outros doguinhos e precisaria ser o único pet da família. 

A opção por um doguinho adulto, aliás, está riscada da lista de muita gente que quer adotar e prefere os filhotes. O que os humanos não pensam, porém, é que além de dar uma oportunidade de lar a um cãozinho adulto pode “livrar” a família das questões de filhotes como a energia suficiente para educá-los e o psicológico para lidar com as situações de xixi fora do lugar, destruição, entre outros.

O coordenador de Comunicação da Elanco, Elídio Okano, que já testou o aplicativo com a própria família, disse que a ideia é exatamente trazer uma reflexão a respeito do comportamento dos pets. 

“É preciso que as pessoas vejam além da beleza e da fofura dos cachorros e pensem: ‘qual o melhor cachorro para o meu padrão de vida? Sou do tipo atleta para correr com meu cãozinho cheio de energia?’ Claro que o animalzinho traz custos e outras coisas, mas a pessoa vai acabar descobrindo que o dinheiro é o menor dos ‘problemas’. São essas questões que o aplicativo quer começar a cavar na mente das pessoas”, disse.

Um dos diretores da Cão Sem Dono, Vicente Define, conta que em adoções fora do aplicativo, a ONG já realiza um extenso questionário com os pretendentes a tutores para que a ação seja cheia de compromisso e responsabilidade. A Cão Sem Dono também trabalha no pós-adoção para evitar maus-tratos e abandono.

Aline Silva, que também é diretora na ONG, diz que além do abrigo, a Cão Sem Dono mantém uma clínica popular, um bazar físico e uma lojinha virtual que ajuda com os custos. Eles aceitam doações e os humanos podem visitar o sítio. Quem quiser entrar em contato, ver de perto o Garoto e outros cãezinhos, pode acessar as redes sociais @caosemdono.oficial, no Instagram, e caosemdono no Facebook.

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