O que aconteceu com mansão de Clodovil após 13 anos da morte do apresentador

Empresária que arrematou casa de praia em leilão judicial pediu anulação da compra, mas não obteve vitória na Justiça. Casa está em estado de abandono e preocupa inventariante dos bens do estilista.

Por Felipe Pinheiro

Clodovil morreu em março de 2009 após sofrer um acidente vascular cerebral. Divulgação
Clodovil morreu em março de 2009 após sofrer um acidente vascular cerebral.
Divulgação

Clodovil Hernandes, que morreu em março de 2009, deixou uma mansão em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. A residência, que era xodó do apresentador e estilista, virou alvo de briga na Justiça e, nos últimos anos, foi assunto de programas de TV pelo avançado estado de deterioração.  Mais de uma década após a morte de Clodovil, a reportagem do Band.com.br apurou novidades no processo em relação à casa que foi vendida e a situação em que se encontra o imóvel.

Em entrevista, a advogada Maria Hebe de Queiroz, que é a responsável por administrar a herança, confirma que a residência não pertence mais ao espólio do estilista. A casa, colocada à venda em leilão judicial, foi arrematada por R$ 750 mil, mas a compradora desistiu do negócio após efetuar o depósito.  

A empresária que arrematou a casa entrou com um processo em 2019, que corre em segredo de Justiça, para anular a compra do imóvel e assim ter o dinheiro devolvido. Ela alegou que adquiriu a residência sem saber que teria apenas o direito de uso uma vez que a propriedade foi construída em uma área de proteção ambiental.  

Portanto, ela teria que renovar o direito de uso da residência após um prazo e precisaria respeitar uma série de exigências, como não expandir a construção.

“A arrematante pretende a anulação da operação realizada sob o fundamento de deficiência das informações do edital na medida em que não soube que estava adquirindo apenas uma cessão de direitos e não um imóvel com domínio regular”, informa um trecho da ação que a reportagem teve acesso.

A advogada e inventariante dos bens de Clodovil explica que não cabe mais recurso e resta aguardar pelos próximos trâmites oficiais: 

Ela [a compradora] vai assumir a casa porque perdeu [o processo], mas o juiz só vai dar a carta de arrematação quando o processo baixar para a quarta vara da família de São Paulo.


A reportagem entrou em contato com o advogado da compradora, mas ele disse que não foi autorizado por sua cliente a se manifestar sobre o processo.


Casa de Clodovil em Ubatuba


A mansão com vista para o mar tem mais 20 cômodos e ocupa um terreno de 4,375 mil metros quadrados de acordo com o edital do leilão. A maior parte dos objetos de valor de Clodovil Hernandes que estavam dentro da casa foram vendidos para o pagamento de dívidas do apresentador e a residência ficou abandonada.

Segundo a inventariante, um caseiro permanece na casa até que ela seja repassada à compradora, mas ela teme pela segurança do funcionário dado o estado em ruínas do imóvel que um dia foi palco de festas luxuosas e de entrevistas concedidas pelo estilista.

“Por enquanto estamos mantendo o rapaz porque senão vai ter invasão. A casa não tem nem lugar para ele dormir. Às vezes, ele passa uma enxada para cortar o mato e joga cloro por causa de dengue. Tem um senhor que mora ao lado e cede um quartinho para ele dormir porque a casa não tem condição nenhuma [de ser habitada]”, diz Maria Hebe.

A casa de Clodovil em Ubatuba, construída no alto de um morro, chamava atenção não só pelo luxo, como também por revelar o gosto excêntrico do apresentador. A vista para o litoral é o principal atrativo.

Ela era  equipada com sauna, piscina, 12 banheiros, capela, uma passagem secreta e um vaso sanitário colocado ao ar livre de frente para o oceano.  

Clodovil Hernandes morreu aos 71 anos após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC).  À época, ele exercia o mandato de deputado federal.

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