Clodovil Hernandes, que morreu em março de 2009, deixou uma mansão em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. A residência, que era xodó do apresentador e estilista, virou alvo de briga na Justiça e, nos últimos anos, foi assunto de programas de TV pelo avançado estado de deterioração. Mais de uma década após a morte de Clodovil, a reportagem do Band.com.br apurou novidades no processo em relação à casa que foi vendida e a situação em que se encontra o imóvel.
Em entrevista, a advogada Maria Hebe de Queiroz, que é a responsável por administrar a herança, confirma que a residência não pertence mais ao espólio do estilista. A casa, colocada à venda em leilão judicial, foi arrematada por R$ 750 mil, mas a compradora desistiu do negócio após efetuar o depósito.
A empresária que arrematou a casa entrou com um processo em 2019, que corre em segredo de Justiça, para anular a compra do imóvel e assim ter o dinheiro devolvido. Ela alegou que adquiriu a residência sem saber que teria apenas o direito de uso uma vez que a propriedade foi construída em uma área de proteção ambiental.
Portanto, ela teria que renovar o direito de uso da residência após um prazo e precisaria respeitar uma série de exigências, como não expandir a construção.
“A arrematante pretende a anulação da operação realizada sob o fundamento de deficiência das informações do edital na medida em que não soube que estava adquirindo apenas uma cessão de direitos e não um imóvel com domínio regular”, informa um trecho da ação que a reportagem teve acesso.
A advogada e inventariante dos bens de Clodovil explica que não cabe mais recurso e resta aguardar pelos próximos trâmites oficiais:
Ela [a compradora] vai assumir a casa porque perdeu [o processo], mas o juiz só vai dar a carta de arrematação quando o processo baixar para a quarta vara da família de São Paulo.
A reportagem entrou em contato com o advogado da compradora, mas ele disse que não foi autorizado por sua cliente a se manifestar sobre o processo.
Casa de Clodovil em Ubatuba
A mansão com vista para o mar tem mais 20 cômodos e ocupa um terreno de 4,375 mil metros quadrados de acordo com o edital do leilão. A maior parte dos objetos de valor de Clodovil Hernandes que estavam dentro da casa foram vendidos para o pagamento de dívidas do apresentador e a residência ficou abandonada.
Segundo a inventariante, um caseiro permanece na casa até que ela seja repassada à compradora, mas ela teme pela segurança do funcionário dado o estado em ruínas do imóvel que um dia foi palco de festas luxuosas e de entrevistas concedidas pelo estilista.
“Por enquanto estamos mantendo o rapaz porque senão vai ter invasão. A casa não tem nem lugar para ele dormir. Às vezes, ele passa uma enxada para cortar o mato e joga cloro por causa de dengue. Tem um senhor que mora ao lado e cede um quartinho para ele dormir porque a casa não tem condição nenhuma [de ser habitada]”, diz Maria Hebe.
A casa de Clodovil em Ubatuba, construída no alto de um morro, chamava atenção não só pelo luxo, como também por revelar o gosto excêntrico do apresentador. A vista para o litoral é o principal atrativo.
Ela era equipada com sauna, piscina, 12 banheiros, capela, uma passagem secreta e um vaso sanitário colocado ao ar livre de frente para o oceano.
Clodovil Hernandes morreu aos 71 anos após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). À época, ele exercia o mandato de deputado federal.