O Carnaval na Band não contará apenas com o resgate do clássico hino “Eu Tô na Band”, que embalará a cobertura da maior festa do Brasil. O coreógrafo Rogério Costa, do grupo Filhos do Sol, criou uma dança especial para a música e que ajudará a deixar os foliões ainda mais engajados na celebração. Em entrevista ao Band Folia, ele conta que os movimentos nasceram após escutar a canção diversas vezes, incorporando aos poucos todas as sensações que ela provoca.
“A princípio eu tinha montado alguma coisa básica, o que é das coreografias mesmo. Mas aí eu fiquei ouvindo a música repetidas vezes. Porque o ideal para uma coreografia sair boa é você ouvir muito a música. Quando comecei a repetir, veio de uma forma mais natural. Demorou por volta de 3 horas”, destaca o artista.
Ele frisa que o importante é a dança gerar uma identificação com o conteúdo da música. Por isso, ele buscou alguns passos que expressassem a letra. Por exemplo, quando se fala “eu”, o dançarino levanta a mão. Quando a letra diz “Band”, o dançarino faz um símbolo de uma “telinha” com as mãos.
Tentei fazer o que a música pede. Acho que as coreografia sempre precisam ser atuais e simples., pra que todo mundo consiga fazer. O sentido da dança é as pessoas reproduzirem. Quando falou ‘Eu estou na Band’, virou ‘Eu tô na telinha’ [na dança]. Acho que foi algo bem simples. Isso é a magia de Salvador.
Ele inclusive fala que o passo da “telinha” é algo sintonizado com as tendências das coreografias atuais: “É um movimento bem atual. Essa ‘telinha’ é um movimento que está acontecendo bastante nas coreografias atuais. Levantar a mão é algo mais retrô, mais do axé”.
Confira abaixo a coreografia:
História antiga
Rogério Costa já trabalha com dança há 30 anos. O coreógrafo, inclusive, tem uma história antiga com o próprio Band Folia, já tendo participado da festa em outras ocasiões.
“Em 90 e alguma coisa fui pela primeira vez a Salvador. Eu trabalhava com a Carla Perez em um programa do SBT chamado Canta e Dança, fui por causa dela e do Xanddy. Na primeira vez que estava no trio com o Xanddy vi o estúdio do Band Folia com o Betinho, era perto da Barra. Uns dois anos depois eu fazia o Show do Verão, em Praia Grande, com uma rádio. O Betinho viu e perguntou se não poderíamos fazer algo juntos. Eu fiquei super feliz, sei o tamanho que a Band tem e o que o Betinho representa para o movimento do axé", relembra ele.
O dançarino conta ainda que chegou a ser chamado por Betinho de “melhor professor de dança” do Brasil em uma transmissão ao vivo do Jornal da Band, o que o deixou muito emocionado. Conhecer essa energia também foi crucial para que ele desenvolvesse a coreografia do “Eu tô na Band”.
“Eu trabalho desde 95 com axé, já fui algumas vezes ao Band Folia. O que as pessoas querem quando veem a vinheta [da Band], é mostrar uma faixa, aparecer, estar na Band mesmo. Veio de forma natural esse levantar a mão para cima no ‘eu’, a telinha [na parte da Band], e quando balança a cabeça é para brincar. Estou na Band, estou feliz, estou tirando onda. É o sentimento do folião que vai estar lá e fazer a coreografia de forma natural”, ressalta.
“Minha relação com o Carnaval na Band é de amor e gratidão. Eu consegui através do Carnaval de Salvador momentos com esse e uma repercussão boa”, complementa ele.
Agora, ele, que gosta de dizer que “quem dança é mais feliz”, sonha em ver os passos que criou sendo reproduzidos pelos foliões durante o Band Folia.
“Eu acho que a melhor parte da coreografia para o coreógrafo é ver as pessoas fazendo. Espero que as pessoas façam e gostem. Ver algo que você pensou, que saiu da sua mente, e as pessoas fazendo…É muito gratificante", conclui.