Carlinhos Brown espera que Carnaval cure feridas políticas: "Precisamos abraçar"

Cantor falou de suas expectativas para a celebração deste ano e sobre a importância da união

Guilherme Machado

Carlinhos Brown retorna ao Carnaval
Divulgação/Band

Carlinhos Brown está totalmente pronto para o Carnaval 2023. O cantor já iniciou sua agenda para a festança e torce para que ela, a primeira a ocorrer em sua plenitude após o período da pandemia, ajude enfim a curar muitas das feridas que foram deixadas pela polarização política no país.

“Espero que as pessoas brinquem em paz e que o Carnaval, que é um propulsor e um organizador social, traga nas nossas cinzas uma união mais adequada ao nosso país. É um Brasil dos brasileiros, de todos que querem o Brasil bem. As políticas têm atrapalhado nossas relações. A gente vai ter que enquanto brasileiros esquecer um pouco a política de lados. A gente precisa se abraçar”, destaca ele em entrevista ao Band.com.br.

Ao mesmo tempo, o artista também enxerga uma evolução na forma como os brasileiros tem se divertido e destaca que esse clima de união é essencial para que o Brasil possa virar a página em uma série de questões que há muito tempo o rondam.

Precisamos ser contagiados por aquele olhar que busca o beijo, por aquele suor que quer a contaminação para viver. A miscigenação nasce também pelo suor. Que a gente tenha uma visão imediata de que o Brasil é uma experiência nova para as etnias. A gente não nasceu aqui para separar. Precisamos discutir urgentemente para que não haja racismo, preconceito, para que se proteja mais os indígenas. 

Para ele, artistas são servidores do público e tem como função levar a cultura em festas como o Carnaval. “Eu acho até falta de humildade a gente dizer que um artista que desce do palco e dá o braço é humilde. Não, isso é serviço. Por que a gente não diria o mesmo do piloto do avião? Do cara que limpa a rua? Eu acho que nós estamos tendo a oportunidade de servir ao outro melhor, de olhar as coisas com outro viés. Nós passamos por uma pandemia", frisa ele.

Brown fala que, inclusive, o Carnaval abre a possibilidade de juntar os mais diversos estilos musicais. Ele cita o caso em que convidou o cantor Zezé Di Camargo para se apresentar com ele, o que causou certa perplexidade no sertanejo, que não via como sua música poderia contribuir. “O que eu vou cantar?”, perguntou Zezé.

“Eu falei: ‘Axétarnejo. Eu tenho uma batida na qual suas músicas vão caber'. Foi o que eu fiz e foi um grande sucesso. Surgiu toda essa potência e vimos também o movimento sertanejo melhorar muita coisa do Axé Music”, relata o cantor. 

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