Apresentadora do Band Folia, Pâmela Lucciola conta como monta “QG do Carnaval"

Jornalista fala da sua relação de longa data com a festa e opina sobre o diferencial de Salvador

Guilherme Machado

Apresentadora do Band Folia, Pâmela Lucciola conta como monta “QG do Carnaval"
Pâmella Lucciola apresenta o Band Folia
Arquivo Pessoal

Pâmela Lucciola acompanha o Carnaval desde que era pequena. Soteropolitana, ela viu de perto a festa que acontece em Salvador e ao se tornar jornalista teve e oportunidade de vivê-la ainda mais intensamente. É esse amor que a deixa tão animada para ser apresentadora do Band Folia, que transmitirá para todo o Brasil a tradicional festança baiana.

“Eu curto Carnaval desde pequena. Eu morava no bairro que ficava muito próximo ao mais tradicional circuito da festa, que é o Osmar, que fica no Campo Grande. Eu cresci no Carnaval. Quando minha mãe não podia me levar para a rua, eu assistia pelo Band Folia. Eu lembro muito forte do nome Band Folia, é uma marca da alegria, do Carnaval do Brasil. Para mim é uma felicidade muito grande fazer parte do time de apresentadores”, descreve ela em entrevista ao Band.com.br.

Se desde muito nova ela aprendeu a curtir o Carnaval, quando passou a cobri-lo, começou a estudá-lo de forma mais intensa. Ao aprender mais sobre a história da festa, sobretudo na região da Bahia, passou também a compreender sua importância cultural para o país.

"Quando minha mãe começou a me levar para as arquibancadas, os camarotes, que eu vi aquele caminhão que é o trio elétrico na rua, me apaixonei. Foi amor à primeira vista. Eu amo a energia, a beleza, a diversidade do Carnaval de Salvador. Amo como ele tem história, raízes, e essas raízes precisam ser valorizadas”, frisa a apresentadora.

Aliás, o Carnaval entrou para a vida pessoal de Pâmela. Ela é casada com Russo Passapusso, vocalista do grupo BaianaSystem, e tem a oportunidade de observar de perto toda a preparação que eles fazem para a folia – etapa da qual ela também faz parte.

O Carnaval é uma época em que nos preparamos bastante. Já compramos todas as vitaminas [risos]. Eu trabalhando de um lado, ele de outro. A gente se encontra nas entrevistas. Para mim ver o BaianaSystem é assistir a um resultado que acompanho durante um ano inteiro, de muito trabalho da banda. Fico mais apaixonada ainda pela banda, por ele. É uma mistura de admiração com cansaço. Minha casa vira um QG de Carnaval.

Após dois anos de interrupção devido à pandemia de Covid-19, Pâmela tem a expectativa de que o Carnaval retorne cheio de novidades, que se misturarão ao que ela descreve como a energia única de Salvador. Para ela, a festança baiana tem como diferencial a presença dos blocos afro, que ajudam a contar um pouco da história do Brasil.

“Eles [blocos afro] são a base do Carnaval da Bahia. Eu acho que são coisas que só se vê em Salvador, é uma reafirmação da nossa cultura afro-baiana, uma reafirmação das nossas influências. O Brasil surge aqui, é como se Carnaval também surgisse aqui, através dos blocos afro. Quando tudo isso surgiu ainda não existia nem axé music, era só um grupo de pessoas que se reuniam para sair nas ruas, mas com uma posição política muito forte. Uma afirmação da negritude, de combate ao preconceito”, destaca Pâmellla.

O Carnaval é uma festa política também. As pessoas se manifestam muito da forma que querem e têm que respeitar a manifestação do outro. Você vê todo mundo junto na rua: pessoas de vários ligares diferentes, religiões, raças. É essa grande mistura que faz o Carnaval de Salvador ser único.

Ela comandará a transmissão do Band Folia ao lado de Betinho, algo que a enche de felicidade. O comunicador, para ela, é um dos símbolos do Carnaval.

“É sempre muito boa essa oportunidade de mostrar o Carnaval de Salvador, de apresentá-lo para o Brasil todo. Sendo daqui [de Salvador], para nós também uma responsabilidade grande. O Betinho também faz parte do meu imaginário do Carnaval. Apesar de ele não ser baiano, ele dá para passar de baiano [risos]. É um cara que reflete essa alegria. O sorriso, a paixão dele pelo axé music, pelos blocos. Estou muito feliz de fazer essa dupla com ele”, derrete-se.