Um dos atores mais famosos do país, Carmo Della Vecchia abriu o jogo sobre a vida em família com o marido, João Emanuel Carneiro, com quem tem um filho. Durante conversa no podcast ‘Gay Blog Br’, o artista disse ser “a mulher da relação” e explicou que acredita que, quando virou pai, desenvolveu um hormônio que geralmente só se desenvolve em mulheres.
"Eu digo eu sou a mulher da relação, né? Quando a gente vai em um jantar, eu me grudo com as mulheres e ele geralmente se gruda com os homens. Eles falam de economia, eles falam de história. Eu começo a falar sobre educação infantil", brincou o ator.
Carmo Della Vecchia disse que, em muitas das vezes, surpreende as outras mães de seu grupo social por seu domínio em assuntos relacionados à educação e desenvolvimento das crianças. “Às vezes elas arregalam os olhos para mim e dizem: 'Como que esse menino sabe disso que eu não sei ainda, né?' Eu brinco que eu tenho que ser muito viado para ter melasma na gravidez. Eu tive melasma de gravidez né, gente? Quando meu filho nasceu eu tinha um melasma no meio da testa. Só quem tem melasma é mulher. Ou seja, hormonalmente eu criei alguma coisa no meu corpo que eu fui tão viado, mas tão viado, que eu desenvolvi um hormônio que geralmente só desenvolve em mulheres que nem minha irmã que teve filho teve, eu tive durante a gravidez”, disse.
Eu acho que é extremamente importante, principalmente para nossa comunidade, um viado falando e dando opinião sobre desenvolvimento infantil sadio, eu acho que é uma conquista para todos nós.
Além da intimidade de sua família, Carmo Della Vecchia também aproveitou a passagem pelo podcast para falar sobre seus trabalhos na TV e no teatro. Prestes a estrear o espetáculo “Todo Chapéu Me Lembra Você”, o artista falou sobre a necessidade de incluir cada vez mais personagens LGBTQIA+ em tramas populares no Brasil. “Não me venha com o papo de que a dona de casa não está preparada ainda para isso, porque se ela não está preparada, cabe a nós ajudarmos ela a estar preparada e não simplesmente tirar o beijo. Eu acho triste as pessoas terem que discutir sobre esse assunto. Eu acho que daqui a pouco, inclusive, daqui a muito pouco tempo, as pessoas vão perceber o quanto elas foram mesquinhas, não colaborando para que o preconceito fosse diminuído”, disse.
"Geralmente, só pode ser aparecer se ele for engraçado, divertido e me fizer rir. Se você for engraçado, se você for divertido, se você me fizer rir, eu permito que você exista, mas mesmo assim você não vai beijar na boca não, tá? Beijar na boca não pode. [...] Vejo tanto viado igual a mim por aí. Eu nunca vi uma história de dois homens sem que necessariamente você tenha que falar sobre a questão sexual, sobre ser viado. Ou podia ser a história de dois homens em uma vida, que as questões fossem outras. [...] E quando temos é aquele beijinho no escuro, escondido atrás de uma trepadeira, quase para não agredir a dona de casa, né? Não temos”, finalizou.