O programa Antenados deste sábado, 17, conversou com a cantora Carmen Monarcha. Durante o bate-papo com Danilo Gobatto, a soprano falou sobre a parceria com André Rieu, o período da pandemia e também o início da carreira. Ouça a entrevista completa.
“Eu passei vários perrengues, mas as conquistas vieram naturalmente. Tive sorte de entender por onde o fluxo ia naturalmente, porque é muito difícil você viver do canto lírico. Eu fiz um curso na Unirio com uma professora que era da cidade do André [Rieu] e ela viu que eu não era só um ‘periquito cantando’”, relembrou.
“Ela falou para eu ir atrás de uma bolsa e eu corri atrás igual uma louca. Eu fui sabendo onde me enfiar, onde eu era necessária e onde eu faria a diferença. Acho que isso facilitou”, completou. Depois de um tempo, a professora a indicou para trabalhar com o famoso violinista neerlandês.
“Fiz duas semanas de trabalho com ele e eu nem sabia direito quem ele era. Estava ali pelo cachê, para pagar meu pão. Eu tinha 21 anos quando ela me indicou para substituir alguém do coral dele que tinha ficado doente. Na época, ele tinha um coral de 30 vozes. Caiu uma, substitui”, contou.
Impressionado com a brasileira após esse período, Rieu a chamou para ser solista. “E eu falei não. ‘Sabe o que é? Eu vim aqui com uma bolsa de estudos e eu tenho que me formar’”, revelou. Apesar de contrariado com a negativa, o solista esperou os dois anos que faltavam para Carmen Monarcha se formar e chamá-la novamente para trabalhar.
Foram quase 18 anos trabalhando juntos, alguns deles exclusivamente. A soprano só diminuiu o ritmo depois que a mãe teve um AVC e colocou como objetivo de vida passar mais tempo com a família. Ela também se casou e teve dois filhos no Brasil, o que comprometeu ainda mais seu tempo.
“Em 2011, eu morava na Holanda e não estava feliz ficando tanto tempo longe da minha mãe. Então, eu voltei para o Brasil e conversei com o Papito. Eu chamo ele [André Rieu] assim, porque ele é como se fosse meu pai musical. Combinamos os shows que eu iria fazer e foi assim alguns anos, fazendo parte da orquestra, mas sem cantar tudo”, explicou
“Ele odiou, porque ele vende um DVD e as pessoas querem ver aquele [show do] DVD. Então eu sempre estava na gravação, mas tinha shows que eu não estava lá. Para ele, não era muito legal, mas ele me entendeu. Numa dessas idas e vindas, acabei conhecendo meu marido que foi me assistir. Casei, tive filhos e o Brasil me abduziu”, completou.
O programa Antenados vai ao ar todos os sábados, às 20h, na Rádio Bandeirantes, com apresentação do repórter Danilo Gobatto. O programa é reapresentado aos domingos, no mesmo horário.