O cantor Belo foi solto na manhã desta quinta-feira, 18, após ter sido preso em uma investigação sobre um show dentro de uma escola pública no Complexo da Maré. Policiais investigam se o tráfico de drogas foi responsável por pagar o cachê do artista.
Belo estava detido em um presídio de Benfica na zona norte do Rio de Janeiro. O alvará de soltura foi expedido na madrugada pelo Tribunal de Justiça do estado. Mesmo solto, o cantor vai responder pelos crimes de epidemia, infração de medida sanitária, invasão de prédio público e organização criminosa.
A decisão do desembargador Milton Fernandes de Souza, do Tribunal de Justiça, saiu durante a madrugada. O magistrado alegou que a representação da Polícia Civil pela prisão só aconteceu quatro dias após o evento e que o próprio Ministério Público deu parecer afirmando que não havia urgência para a decretação de prisão preventiva pelo Plantão Judiciário.
O desembargador finalizou a decisão dizendo que o juízo natural irá apreciar a questão com mais elementos. A Polícia Civil investiga se o chefe do tráfico de drogas da comunidade autorizou a invasão do colégio.
Entenda o caso
O cantor Belo foi preso no inquérito que apura a realização de um show no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense. A apresentação contou com a presença de milhares de pessoas em meio à pandemia do coronavírus.
O evento foi realizado no interior de uma escola estadual na favela Parque União, no dia 12, e não teve autorização da Secretaria Estadual de Educação. Segundo o delegado Gustavo Castro, responsável pelo caso, o evento foi custeado pelo tráfico de drogas local. As salas de aula foram usadas como camarotes.
Na quarta-feira, 17, o cantor prestou depoimento na Delegacia de Combate às Drogas. Na saída da unidade, Belo afirmou que não sabe o que fez de errado já que só estava trabalhando. A Polícia Civil cumpriu outros três mandados de prisão preventiva, além de cinco de busca e apreensão.
Uma das buscas foi realizada na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, também em Angra dos Reis. Além do artista, dois produtores do evento também foram presos.
Durante a ação, a Justiça decretou o bloqueio das contas bancárias dos investigados. O chefe do tráfico do Parque União, Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, também alvo da operação, segue foragido.
Na casa de Belo, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, os agentes apreenderam duas armas com os registros vencidos, R$ 40 mil, além de euros e dólares, também em espécie.