O cantor Belo foi solto nesta quinta-feira, 18, após ter sido preso em uma investigação sobre um show dentro de uma escola pública no Complexo da Maré. Policiais investigam se o tráfico de drogas foi responsável por pagar o cachê do artista.
De acordo com as informações de Mariana Procópio, para o Melhor da Tarde, Belo estava detido em um presídio de Benfica na zona norte do Rio de Janeiro. O alvará de soltura foi expedido na madrugada pelo Tribunal de Justiça do estado.
Muitos fãs fizeram plantão na porta a unidade e alguns chegaram a dormir. O artista não quis falar com a imprensa, mas a Band teve acesso ao depoimento dado à polícia. “No depoimento, Belo disse que show foi fechado por R$ 65 mil, que seriam pagos em duas vezes”, contou a repórter.
O cantor disse também que não sabia onde seria a apresentação, que foi realizada dentro de uma escola no Complexo da Maré. “Só na hora que ele chega que ele sabe onde é o show. Toda a negociação fica por conta dos empresários, de acordo com Belo no depoimento”, disse Mariana.
O colunista Rafael Pessina contou que na casa do cantor a polícia encontrou R$ 40 mil em dinheiro, além de um valor em euros equivalente a R$ 22 mil, em espécie. Além disso, duas armas foram encontradas dentro de um cofre. Belo possui porte de arma.
Entenda o caso
O cantor Belo foi preso no inquérito que apura a realização de um show no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense. A apresentação contou com a presença de milhares de pessoas em meio à pandemia do coronavírus.
O artista foi solto após a Justiça do Rio de Janeiro aceitar um pedido de habeas corpus da defesa dele. Mesmo solto, o cantor vai responder pelos crimes de epidemia, infração de medida sanitária, invasão de prédio público e organização criminosa.
A decisão do desembargador Milton Fernandes de Souza, do Tribunal de Justiça, saiu durante a madrugada. O magistrado alegou que a representação da Polícia Civil pela prisão só aconteceu quatro dias após o evento e que o próprio Ministério Público deu parecer afirmando que não havia urgência para a decretação de prisão preventiva pelo Plantão Judiciário.
O desembargador finalizou a decisão dizendo que o juízo natural irá apreciar a questão com mais elementos. A Polícia Civil investiga se o chefe do tráfico de drogas da comunidade autorizou a invasão do colégio.
O evento foi realizado no interior de uma escola estadual na favela Parque União, no dia 12, e não teve autorização da Secretaria Estadual de Educação. Segundo o delegado Gustavo Castro, responsável pelo caso, o evento foi custeado pelo tráfico de drogas local. As salas de aula foram usadas como camarotes.
Na quarta-feira, 17, o cantor prestou depoimento na Delegacia de Combate às Drogas. Na saída da unidade, Belo afirmou que não sabe o que fez de errado já que só estava trabalhando. A Polícia Civil cumpriu outros três mandados de prisão preventiva, além de cinco de busca e apreensão.
Uma das buscas foi realizada na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, também em Angra dos Reis. Além do artista, dois produtores do evento também foram presos.
Durante a ação, a Justiça decretou o bloqueio das contas bancárias dos investigados. O chefe do tráfico do Parque União, Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, também alvo da operação, segue foragido.
Na casa de Belo, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, os agentes apreenderam duas armas com os registros vencidos, R$ 40 mil, além de euros e dólares, também em espécie.