Atores abordam crises em "Gargalhada Selvagem" e se assustam com texto atual

Alexandra Richter e Rodrigo Fagundes protagonizam "Gargalhada Selvagem", espetáculo que usa o humor e o absurdo para falar de problemas atuais

Da Redação

Atores abordam crises em "Gargalhada Selvagem" e se assustam com texto atual
Alexandre Richter e Rodrigo Fagundes protagonizam "Gargalhada Selvagem"
Reprodução/Instagram

Christopher Durang escreveu o texto de “Gargalhada Selvagem” em 1987. Décadas depois, o espetáculo chega ao Brasil pela primeira vez, protagonizado por Alexandra Richter e Rodrigo Fagundes no Teatro Porto, em São Paulo. A peça aborda as crises da sociedade, muitas vezes imbuídas de violência. Em entrevista ao programa Antenados, da Rádio Bandeirantes, os atores contam que se assustam como o texto segue atual, tendo em vista o estado da sociedade.

“É um texto de 1987 e é impressionante como o ser humano só piorou de lá para cá. É muito atual, meu monólogo é 80% o texto original. Fico chocado de como falamos coisas que no final da década de 80 as pessoas questionavam e agora estamos fazendo tudo de novo”, frisou Fagundes.

“Que mundo é esse que estamos vivendo?  A gente ainda está sentado em um barril de pólvora. As pessoas hoje em dia acham que podem fazer isso [serem violentas]. A gente cria pelo exemplo. As pessoas estão vendo os exemplos têm referências para agirem dessa forma. As pessoas riem de nervoso[da peça] também. Ao mesmo tempo é uma comédia. A peça mostra uma situação dramática, mas rimos da gente”, complementou Alexandra.

O espetáculo é divido em três partes, com dois monólogos de cada um dos atores e uma terceira parte de encontro. Os personagens são conhecidos apenas como Ela e Ele. Ela narra a história  de como estava em um supermercado, quando de repente se irritou com um homem e deu uma lata de atum na cabeça dele. Já Ele conta como estava em um lugar ruim, quando ficou mais feliz após um workshop.

Entre um absurdo e outro, a plateia vai ficando na dúvida sobre o que é real ou não e é levada a refletir sobre o estado das relações humanadas.

“O Guilherme [Weber, diretor do espetáculo] colocou a gente nunca lugar que nunca habitamos. São personagens desconectados, em surto. Para nós está sendo muito importante, bacana”, relatou Alexandra.

“Tem muita gente que nunca fui ao teatro, que conhece a gente mais da TV. Acho isso incrível, é tão emocionante ver isso”. A peça tem uma acidez, ela é cruel. Mas tudo de um ponto de vista crítico”, destacou Fagundes.

Mais notícias

Carregar mais