Annik Salmon desabafa sobre preconceito no carnaval e expõe machismo: "Muito triste"

Annik disse que, mesmo buscando incentivar e abrir espaço para novas mulheres, esbarra nas dificuldades de trabalhar em um ambiente historicamente dominado por homens

Da Redação

Annik Salmon desabafa sobre preconceito no carnaval e expõe machismo: "Muito triste"
Annik Salmon
Reprodução/Redes Sociais

Annik Salmon, a única mulher a ocupar o cargo de carnavalesca solo em uma escola de samba no Rio de Janeiro, desabafou sobre o machismo sofrido no universo do samba. Em conversa com Paola Novaes e Bruno Chateaubriand, no podcast Carnaval Sem Julgamento, exibido nesta terça-feira (10) pela Band, a carnavalesca refletiu sobre a falta de mulheres em posição de destaque em escolas de samba e disse já ter sofrido preconceito nos bastidores do carnaval.

A carnavalesca, que já passou por diversas agremiações do Grupo Especial (Vila Isabel, Beija Flor, Unidos da Tijuca, Porto da Pedra, Mangueira entre outras), disse ficar triste com a falta de carnavalescas mulheres no samba. “É um assunto que me deixa muito triste porque eu queria ter mais mulheres comigo. Tem outras meninas que fazem, mas à frente de uma escola já trabalhando e conquistando as coisas, são poucas e está cada vez mais difícil”, afirmou.

Annik disse que, mesmo buscando incentivar e abrir espaço para novas mulheres, esbarra nas dificuldades de trabalhar em um ambiente historicamente dominado por homens. “É um mundo muito fechado ainda, é machista e complicado”, lamentou.

Eu ouvi muitas coisas de presidente das escolas. Isso é muito triste, é muito chato a gente ainda viver isso no carnaval.

A carnavalesca avaliou a maneira como precisou superar preconceitos para crescer no universo carnavalesco e destacou: “São coisas que a gente passa, que hoje eu penso e vejo que eu passei só pelo fato de ser mulher. O que eu ouvi e tive que mudar em mim pelo fato de ser mulher e isso é muito ruim”.

Annik relembrou entrevistas que dava no passado e afirmou ficar irritada com repórteres que a tratavam como um “toque feminino” nos desfiles das escolas de samba do grupo especial. “As pessoas vinham me entrevistar e perguntavam o que era só toque feminino na comissão de carnaval e aquilo me deixava irada. Eu não sou o toque feminino, eu sou carnavalesca igual aos outros da comissão, não simplesmente o toque feminino. Eu sou igual a todo mundo, sou uma artista e não tem que ter distinção de gênero", finalizou.

Assista episódio completo do Carnaval Sem Julgamento:

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