Andressa Urach, de 37 anos, se manifestou nas redes sociais após ser indiciada pela Polícia Civil de São Paulo por apologia de zoofilia e maus-tratos aos animais. O caso foi registrado após deputados federais encaminharem um ofício ao Ministério Público com falas da atriz pornô sobre uma experiência que teve com um cachorro quando tinha 11 anos.
"Que sou doidinha todo mundo sabe e que amo Jesus declaradamente todo mundo sabe também. Por amor a Jesus, já fui internada até em hospital psiquiátrico. Agora, veio um processo de uns deputados que querem me colocar na cadeia por causa de algo que falei há muito tempo no meu livro. Não tenho orgulho do que aconteceu, sou uma cidadã e mereço respeito porque tenho liberdade de expressão", disse Andressa.
"Querem me calar por passar uma informação de algo que fui vítima aos 11 anos, algo que pode acontecer com muitas crianças quando o pai deixa o filho ir à casa do vizinho. Foi o que aconteceu comigo. Meus pais não imaginavam o risco que eu corria", completou.
O que Andressa Urach disse?
Durante a participação em uma entrevista ao canal de YouTube Téte a Theo, de Theodoro Cochrane, a influenciadora contou que aos 11 anos foi dormir na casa de uma vizinha da mesma idade.
No local, havia uma criação de cachorros, e a colega pegou um dos animais e colocou para lamber a genitália de Andressa. "Virou um hábito. Eu comprei um cachorro para isso", afirmou.
"Provavelmente, alguém fazia isso com ela. É um ciclo. Provavelmente, ela foi tão vítima quanto eu", disse a produtora de conteúdo adulto há três anos, durante a conversa. Urach também falou sobre a situação em sua autobiografia, Morri Para Viver, lançada em 2015.
Investigações abertas
O inquérito foi aberto no final de setembro pelo delegado Rodrigo Castro Salgado da Costa, do 15º Distrito Policial (Itaim Bibi). A ação foi iniciada após ofício enviado ao Ministério Público pelos deputados federais Bruno Lima (PP-SP), Matheus Laiola (União-PR), Fred Costa (PRD-MG) e Marcelo Queiroz (PP-RJ).
No documento, os deputados chamam a atenção para o “tom natural" da modelo. "Merece relevo o fato de que, ao descrever publicamente esse episódio, em tom que pode ser interpretado como natural ou aceitável, a senhora Andressa Urach pode estar promovendo apologia da prática criminosa, incitando outros a cometerem atos semelhantes".
O artigo 287 do Código Penal estabelece pena de três a seis meses de detenção ou multa a quem faz apologia de fato criminoso. O crime de maus-tratos de animais é descrito no artigo 32 da Lei 9.605, de 1998, (crimes ambientais), com pena de três meses a um ano de detenção e multa.