Ana Maria Braga se posicionou fortemente contra o PL 1904/2024, que equipara o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio. A proposta recebeu diversas críticas por dar a mulheres vítimas de estupro penas maiores do que para estupradores, além de atingir também os casos em que o aborto é permitido pela lei: estupro, risco de vida para a mulher e anencefalia do feto.
A apresentadora disse durante o Mais Você que a ideia é absurda e ainda alfinetou o ator Juliano Cazarré, que disse que mulheres estupradas poderiam colocar o bebê para adoção.
"É fácil falar, né? Para entregar o filho pra adoção, como eu escutei ontem. 'Entrega o filho pra adoção'. Agora, eu queria saber se fosse filha de algum de vocês aí, que estão votando nesse projeto. Se fosse alguém da sua família? E aí?”, disparou a comunicadora.
Ela falou, por exemplo, dos altos números da violência contra a mulher no Brasil e classificou o projeto como um retrocesso.
“A gente faz campanha todo dia contra esse abuso, esse poderio dos homens em cima das mulheres. Então, pense, tá? E a dor que tudo isso causa?”, ressaltou.
“Isso, na verdade, é um retrocesso diante de todos os direitos conquistados a duras penas pelas mulheres, principalmente às adolescentes, às meninas em situação de vulnerabilidade. Uma gravidez, gente, causada por estupro... Se você nunca sofreu, eu nunca sofri, mas coloco no lugar de quem sofreu... É um trauma irrecuperável, irreparável, o resto da vida vai ficar. Não é fácil buscar caminhos. Toma tempo. Muitas vezes, no país que a gente vive, leva mais do que 22 semanas, porque você não acha UPA [Unidade de Pronto Atendimento], você não acha quem faça”, desabafou.