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Ainda Estou Aqui ganha prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza; veja lista de vencedores

O Brasil não ganhava um troféu na seleção oficial no festival italiano desde 1981

Da Redação

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Neste sábado, 7 de setembro, o filme brasileiro "Ainda Estou Aqui" ganhou o prêmio de Melhor Roteiro na 81ª edição do Festival de Veneza. Este é primeiro longa de Walter Salles em 12 anos, que traz Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro no elenco. Após a exibição no evento, a produção foi aplaudida pela crítica internacional. 

"Ainda Estou Aqui" é inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva que conta a história de sua mãe, Eunice Paiva. Fernanda Torres e Fernanda Montenegro interpretam o papel de Eunice em diferentes idades.

"O prêmio de Melhor Roteiro abraça todo um filme, porque um roteiro é a sua argamassa. Nele, o Festival reconhece o trabalho destes roteiristas tão talentosos que são Murilo Hauser e Heitor Lorega, o livro incrível de Marcelo Rubens Paiva, a história de Eunice, Rubens e de seus filhos, e o nosso desejo de contá-la no cinema. É, portanto, um prêmio de uma grande importância simbólica", diz Walter Salles, ao celebrar a vitória.

O Brasil não ganhava um troféu na seleção oficial no festival italiano desde 1981, quando foi premiado por “Eles não usam Black-tie”, de Leon Hirszman.

Em seus agradecimentos, os roteiristas Heitor Lorega e Murilo Hauser dedicaram o prêmio à atriz Fernanda Torres, elogiada pela crítica por sua atuação no filme. "Este prêmio é para Fernanda, que nos emocionou profundamente com sua interpretação", disseram os roteiristas. 

Embora favorita ao prêmio de Melhor Atriz, a brasileira foi superada pela americana Nicole Kidman, que venceu a Copa Volpi por sua performance em "Babygirl". 

Veja quais são os vencedores do Festival de Veneza de 2024

  • Leão de Ouro: “The Room Next Door”, de Pedro Almodóvar
  • Grande Prêmio do Júri: “Vermiglio”, de Maura Delpero
  • Leão de Prata de Melhor Diretor: Brady Corbet, por “The Brutalist”
  • Copa Volpi de Melhor Ator: Vincent Lindon, por “The Quiet Son”
  • Copa Volpi de Melhor Atriz: Nicole Kidman, por “Babygirl”
  • Melhor Jovem Ator: Paul Kircher, por “And Their Children After Them”
  • Melhor Roteiro: Murilo Hauser e Heitor Lorega, por “Ainda Estou Aqui”
  • Prêmio Especial do Júri:  “April”, de Dea Kulumbegashvili

Quando estreia “Ainda Estou Aqui”?

Em 2015, um dos filhos de Eunice e Rubens, Marcelo Rubens Paiva, contou a história do desaparecimento de seu pai e da luta de sua mãe no livro Ainda Estou Aqui. Na obra biográfica, ele divide o protagonismo com a sua mãe, relatando não apenas o esforços de Eunice pela verdade, mas sua batalha contra o Alzheimer. 

O filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello, foi exibido em uma sessão de gala no Festival de Veneza. Nos cinemas brasileiros, no entanto, o longa ainda não tem previsão de estreia. 

A produção também concorre ao Leão de Ouro, um dos maiores prêmios do cinema internacional.  É possível que o filme estreie apenas após a temporada de festivais de filmes, inclusive podendo ser lançado nos cinemas apenas em 2025.

Onde assistir “Ainda Estou Aqui”?

O longa é uma produção original do serviço de streaming da Globo, portanto é provável que chegue ao catálogo do Globoplay simultaneamente ou logo após a exibição nos cinemas nacionais.

Quando o filme foi gravado?

As filmagens do longa-metragem começaram em junho de 2023, no Rio de Janeiro. Para participar do Festival de Cinema de Veneza, as gravações tiveram que ser finalizadas após o dia 9 de setembro do ano passado.

Crítica internacional

A produção foi exibida no Festival de Veneza no domingo (1º) e foi um sucesso entre a crítica internacional.

Segundo o "Deadline", a plateia do festival aplaudiu de pé por 10 minutos após a exibição do filme. O longa recebeu avaliações majoritariamente positivas, com destaques para a atuação de Fernanda Torres - para o "Deadline", "Ainda Estou Aqui" pode colocar a atriz na disputa por prêmios.

O The Guardian deu três estrelas de cinco ao filme, elogiando a performance "incrível" de Torres no "drama sombrio e sincero". Para o jornal britânico, o longa "imperfeito e manco" de Salles "nos diz que a esperança é eterna, que a alegria é algo dado e que a maioria das famílias felizes encontrará uma maneira de sobreviver".

O "Deadline" descreve o filme como uma "celebração ao Brasil", e exalta Fernanda Torres, dizendo que a atriz "tem uma delicadeza emocional" em seu papel.

"É uma atuação que deve catapultá-la para a corrida pelos prêmios, 25 anos depois de sua mãe Fernanda Montenegro ter sido indicada ao Oscar pelo filme de sucesso de Salles, 'Central do Brasil'", acrescenta o site.

O "Hollywood Reporter" relembrou a indicação ao Oscar de Fernanda Montenegro para exaltar a atuação da filha e a relação entre as duas. "O que torna a conexão ainda mais pungente é que [Montenegro] aparece como a versão idosa e enferma da protagonista — uma mulher de força silenciosa e resistência interpretada pela filha de Montenegro, Fernanda Torres, com extraordinária graça e dignidade diante do sofrimento emocional", diz o texto.

A "Variety" afirma que o longa é "profundamente pungente", com uma atuação "soberba" de Fernanda Torres. Já o "IndieWire" diz que a performance da atriz "é tão espetacular quanto sua filmografia sugere".

Para o portal cinematográfico "ScreenDaily", Salles "nunca exagera nas batidas emocionais do filme", confiando na atuação "magnífica e complexa" de Torres.

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