“Acho o Seu Forno muito mais parecido com a Flor”, diz Daniel Ávila

Vinícius de Melo

Flor (Juliana Silvestre) e Adriano (Daniel Ávila) em Floribella
Divulgação/Band

Quem não se lembra? Daniel Ávila entrou na novela Floribella para rivalizar com Roger Gobeth, par romântico de Juliana Silveira. A química entre seu personagem e a protagonista era evidente, mas a história do conto de fadas já estava escrita. 

O Portal da Band conversou com o ator para falar um pouco da reprise da trama infanto-juvenil e para responder as principais perguntas dos fãs sobre a novela. Afinal, ele era #TeamFreezer ou #TeamForno? Confira abaixo a entrevista:  

O que você sente mais falta da época de Floribella? 

Tinha uma galera bem nova e eu era muito amigo deles. Então, era uma fase de juventude, de alegria, sabe? Convivi com pessoas muito mais novas do que eu e isso sempre estimula.  

Como era gravar com as crianças? Qual era a melhor parte? 

Eu sou apaixonado por crianças, sou pai. O nome da minha filha, inclusive, é Flor. Sou o tio Dani para a criançada. Gosto de cuidar, gosto de dar aula para criança, gosto de fazer teatro infantil. Acho esse público muito vivo, muito honesto. Tenho um carinho especial pelos infantes. 

Sua filha Flor assiste à novela Floribella? 

Ela assiste! Ela viu o Adriano com a Flor e achou super engraçado. Ela está com 10 anos agora e antes, as crianças ficavam para ela: ‘Isso é nome?’. Achavam que ela estava brincando, fazendo piada. E ali na Floribella tem a Flor. Então, ela gosta. 

O nome da sua filha veio por causa da Floribella? 

Não, o nome dela ia ser outro, que também tem a ver com a natureza. Foi uma coisa nossa da época. Eu sempre gostei disso, de ter um nome curto, com poucas letras e às vezes um significado que seja o nome de outra coisa. Sempre achei legal isso para o nome de uma pessoa.  

Falando em nomes, você gostava do apelido de Seu Forno? 

Sim, tinha tudo a ver, até porque eu Daniel Ávila sou uma das pessoas mais calorentas que conheço. Agora estou até um pouco diferente, fiquei mais velho e às vezes sinto frio quando entro na cachoeira ou no mar. Se eu estou aqui no Rio de Janeiro, conversando, eu esquento. Meu corpo é muito quente. Então, teve tudo a ver. E esse apelido é um detalhe que só uma novela com um espaço lúdico pode ter. Seu Forno é carinhoso e significa muito mais do que só isso. 

O Seu Forno era uma cara doce, romântico e calmo. Você também é assim? 

Tem muita coisa minha no Seu Forno, botei muito nesse procedimento. O Adriano disputou o amor da Flor, mas ele respeitou muito. Então foi um personagem que acabou virando muito amigo dela, do grupo e estava sempre solícito. Eu sou um cara assim, mas discordo que o Seu Forno era calmo. Ele tinha muita paciência, que eu emprestei também para o personagem, além dessa parte minha de lidar com o infantil, essa parte lúdica de acreditar em contos de fadas. A Flor, quando eu me apaixono por ela, era como se apaixonar por uma fada. O Seu Forno sempre sonhava, olhava para as estrelas. Eu também sou muito afetuoso, gosto muito das pessoas, de olhar olho no olho, gosto muito disso. Então tem muito a ver comigo, de ser companheiro e ser parceiro.  

Alguém te encontrou na rua agora com a reprise e te chamou de Seu Forno? 

Agora estou andando pouco na rua por causa da pandemia, então sei mais de antes de a novela ser reexibida. Ainda mais com máscara, fica difícil de reconhecerem ao vivo. Mas antes, várias pessoas. A galera era muito jovem, o público de Floribella tinha entre 10 e 11 anos, no máximo 15. Agora tá com 25 ou quase 30 anos. É uma galera que fala, é uma galera que cria uma intimidade com muita facilidade. Então, eles reconheciam e reconhecem sim. 

Você tem alguma cena favorita da novela? 

Quando o seu Forno entra na novela, ele chega de uma maneira muito engraçada. É quase um épico a chegada dele. O carro quebra, ele pega o cavalo, ele salva gente no rio. Depois, tem toda essa coisa com a criançada de animar, ele conquista todo mundo, se apaixona pela Flor. Não sei se tem uma cena favorita, mas a entrada foi muito boa. Todo aquele épico eu já acho muito legal.  

E como foi o seu primeiro beijo com a protagonista? 

Eu não lembro, trabalho há muitos anos e sei que o beijo é uma coisa importante para o público. Eu lembro que pensei muito sobre essa cena e decidi ser espontâneo. Muito amor, muito calor, mas delicado – porque era uma novela infantil. O beijo é algo que você tem que pensar, tem que saber, porque depende da novela que você está fazendo e do personagem. Não sou eu quem beija, é o personagem. E o Seu Forno era danadinho, ele queria beijar. Mas acho que mais importante que o primeiro beijo, foi o antes. O olho no olho. O contato dos artistas, do pessoal da técnica, do texto, de avançar os personagens. Eu lembro mais desse momento antes, mas não lembro como foi o beijo em si. 

Fiquei muito amigo da Flor porque já sabíamos que os personagens não iam ficar juntos até o fim. Sempre há uma abertura na dramaturgia, mas como era uma novela que era reescrita, então isso não mudaria. Então, a amizade do Seu Forno era importante. Não importasse o que ela decidisse, ele admirava muito ela. Foi o Seu Forno que ficou louco pela Flor, não o contrário. Então, ele não ia medir também a temperatura, por isso foi um beijão. 

Você não tinha a expectativa do Seu Forno ficar com a Flor, mas você era #TeamForno ou #TeamFreezer? 

Eu torcia pela Flor. Acho que eu fiz o Seu Forno de uma maneira que não criasse uma rivalidade com o primo. Fiz com que ele sempre fosse muito espontâneo, muito presente, amoroso e muito mais parecido com a Flor. Eles tinham uma química e descobriram a amizade, que também é um amor super possível. Já a Flor e o Seu Freezer eram diferentes e às vezes os opostos se atraem. O Seu Forno sabia que a Flor gostava do Seu Freezer, então ele tentou. Ela estava bem, qualquer que fosse a escolha final dela. 

Você ainda tem contato com o elenco? 

Todos são meus amigos de alguma maneira. A própria Suzy Rêgo, eu havia trabalhado com ela antes em A Viagem. Fiz teatro com o André Luiz Miranda, o Roger Gobeth trabalhei em Malhação e depois fiz Rei Davi com ele. A gente viajou junto, meu personagem era bem parceiro dele. Engraçado que antes a gente tinha quase uma rivalidade nos personagens e, na outra novela, éramos amigos. O Johnny Massaro virou muito meu amigo numa época que a gente fazia parte de um grupo juntos, a Mariah de Moraes eu já encontrei na praia. E a Úrsula Corona a gente sempre se fala por telefone, mas nos encontramos poucos porque ela mora em Portugal.  
 

Para finalizar, quando e como você descobriu que gostava de dublagem? 

Eu trabalhei em A Viagem na Globo em 1994, fazendo o personagem Dudu, e antigamente o Projac não tinha os estúdios de gravação que tem hoje, era apenas cidade cenográfica. Então, a gente gravava lá nos estúdios da Hebert Richers – que não existem mais. No caminho para ir embora, a gente passava nos estúdios menores de dublagem e eu fui chamado ali, no corredor, para fazer. Eu fiz e gostei. Dublo desde os meus nove anos e é mais uma ferramenta, uma parte do meu trabalho. 

Na dublagem, você está ali com a imagem do personagem e você tem que colocar a sua voz em português brasileiro e isso é muito interessante. Você pega grandes atores e grandes obras, que talvez o Brasil ainda não consiga realizar. Já fiz Game of Thrones, já fiz The Sinner também. Tem que entender muito da interpretação dos caras e eu aprendo muito, é dinâmico.  

Quem domina a arte pode fazer de tudo. Eu produzo, dirijo, faço fotografia. Sou bem mambembe. Eu me formei em cinema, dublei, trabalhei em diversas emissoras. Acho que o ator é um sinônimo de versatilidade. Se não for, é um sinônimo de possibilidade. Se eu ainda não sei, se eu ainda não vivi, eu vou viver e vou fazer. É muito legal isso, viver diversas emoções. E, como eu comecei muito novo, há diferentes emoções da minha vida que eu vivi primeiro em cena. Isso é muito divertido. 

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