Adriane Galisteu tinha apenas 19 anos quando conheceu Ayrton Senna no autódromo de Interlagos, após a vitória no GP São Paulo, em março de 1993. Modelo agenciada na época, ela trabalhava segurando um guarda-sol da Shell quando percebeu que o maior ídolo brasileiro do automobilismo estava flertando com ela.
A conversa não se estendeu muito. Mas o tricampeão de Fórmula 1 ficou tão encantado com a modelo que, no fim de semana após a corrida, foi até a agência Elite procurar por ela. Senna convidou Galisteu para almoçar na churrascaria Rodeio, mas demorou para convence-la a engatar um relacionamento.
"Conheci o Ayrton num momento muito difícil da minha vida, meu irmão estava com muitos problemas com droga. Eu nunca imaginei que esse homem poderia estar me dando algum tipo de bola. Ele podia ter a mulher que quisesse", disse em entrevista ao Show Business, da Band.
Apaixonado, Senna foi até a casa da família de Galisteu no bairro da Lapa, em São Paulo, conhecer a mãe da apresentadora e pedir permissão para namora-la pouco tempo após o primeiro contato.
Oficializado o namoro, Adriane abandonou a carreira promissora c omo modelo para acompanhar Ayrton Senna pelo mundo. Ela tinha como meta morar em Hong Kong, com o agente Sérgio Fineto, para modelar, mas desistiu para viver o romance com o ídolo brasileiro.
"Eu ia trabalhar mais um mês no Brasil e viajar para lá. Quando conheci ele [Senna], falei que ia, ele pediu pra ficar. Aí eu esqueci Hong Kong, esqueci modelo, esqueci tudo", contou em entrevista à Marília Gabriela, em 1994.
Senna e Galisteu ficaram juntos por cerca de um ano e meio antes da morte do piloto, quando sofreu o acidente em 1994.
"Eu notei uma diferença muito grande no comportamento do Senna desde que passou a namorar a Adriane. Ele se humanizou muito, passou a tratar as pessoas diferente, virou uma pessoa mais tranquila, serena. Viveu a melhor fase profissionalmente ao lado dela", disse o jornalista Flávio Gomes, especialista em Fórmula 1 e que cobriu toda a carreira do piloto.
Tragédia
No dia da morte de Senna, em 1º de maio de 1994, Adriane Galisteu estava no Algarve, em Portugal, onde encontraria o namorado depois da prova na Itália. O casal vivia um ótimo momento da relação e estavam apaixonados.
"Eu disse pra ele no telefone não correr aquela corrida. Ele falou que eu estava falando uma loucura. Mas eu pedi pra ele não correr", contou a apresentadora em entrevista ao programa Márcia, da Band, em 2009.
Ayrton Senna morreu após sofrer um acidente na curva Tamburello, em Ímola (Itália), no GP de San Marino.
Velório de Ayrton Senna
A vontade de Galisteu era retornar ao Brasil junto com o corpo de Senna. Porém, no velório, a namorada do piloto não ocupou o lugar de uma pessoa tão próxima dele ou da família. O carro de Adriane foi um dos últimos do longo comboio a entrar no cemitério do Morumbi, em São Paulo, enquanto o automóvel da apresentadora Xuxa, que namorara Senna de 1988 a 1989, foi o segundo.
"A família não gostava dela. Ela era uma pessoa muito diferente da família. É claro que o Ayrton estava um pouco preocupado e chateado dentro da família dele com a mulher que ele escolheu", frisou Flávio Gomes, em entrevista à Band, em 1997.
Segundo uma reportagem do jornal O Globo, quando Adriane chegou no velório, haviam apenas duas cadeiras vazias, ambas ao lado de Xuxa. Ela se sentou à direita da apresentadora. As duas ficaram dois "longos" minutos sem nem se olhar, até que alguém ofereceu a Xuxa um lugar ao lado de Leonardo Senna, irmão do piloto.
Depois, ainda segundo a reportagem, Xuxa entrou no carro acompanhada pela irmã de Ayrton, Viviane Senna, e foi embora com a família, enquanto Galisteu teve que caminhar até a saída do cemitério e embarcar em um ônibus reservado aos convidados. A jornalista Marília Gabriela, durante reportagem para a Band, afirmou que Adriane foi "hostilizada".
“É difícil entender os motivos que levaram os ‘Senna da Silva’ a ignorarem o sofrimento de Adriane e a hostilizarem publicamente durante velório e enterro de Ayrton”, disse a jornalista.
Fora da série
Adriane Galisteu, última namorada de Ayrton Senna, foi excluída da nova minissérie da Netflix que vai contar a vida do tricampeão de Fórmula 1. Apesar do relacionamento com o piloto ter durado de 1993 até a morte de Senna, a apresentadora não aparece no roteiro da série, que está em pré-produção. Xuxa, que namorou o tricampeão entre 1988 e 1989, será retratada e aparece em várias cenas.
