Fábio Porchat procura se reinventar o tempo na carreira. Durante o programa "Do Bom e Do Melhor", com Catia Fonseca e Danilo Gobatto na Rádio Bandeirantes, o apresentador contou que o desafio dele enquanto artista é sempre pensar para frente e aprender, principalmente na hora de fazer humor. “A gente precisa se aceitar racista e machista pra conseguir mudar”, disse. “Existe uma série de coisas que a gente fala calcado no racismo, no preconceito, no machismo, homofobia. Eu fiz durante minha vida inteira, toda minha adolescência e começo de juventude, um monte de piadas racistas. Falei coisas que hoje em dia eu seria preso, ainda bem.”
Sempre que ouve por aí que o “mundo está chato” e fica cada vez mais difícil fazer humor, Porchat explica que não tem interesse em propagar preconceitos. E, quando isso acontece, faz questão de se desculpar. “Ah, o mundo tá chato? Imagina para as mulheres que estão sendo estupradas há 10 mil anos. Ah, o mundo tá chato? Imagina para os pretos que estão sendo escravizados e tiraram eles da terra deles. O mundo tá chato há mais de 10 mil anos para muita gente, é que agora ficou chato para o homem branco hétero, então por isso ele ficou nervoso”, opinou.
Esse é um pensamento que Porchat carrega a cada nova ideia para um projeto. E olha que são muitos! No momento, ele está escrevendo um filme, o especial de Natal do Porta dos Fundos, gravando o programa “Papo de Segunda” e também o “O Que é Isso, Porchat?”. “Eu não paro de ter ideia, tenho tanta ideia que é meio nocivo. Eu tenho psoríase nas unhas e é por conta disso. Eu tenho um papelzinho que vou só anotando ideias. Vai me vindo coisas e se eu não boto isso pra frente acho que eu morro. Preciso fazer esse monte de coisas para acalmar minha cabeça.”
Para ele, é papel do artista se apegar ao conteúdo. Então sempre que ele sente que um projeto está saturado e deixou de ser relevante e engraçado, decide mudar. “Por isso que quando eu saí do talk show da Record, as pessoas não entenderam. Falaram que eu tinha mais um ano de programa, um programa com seu nome, diário, na TV aberta, dando dinheiro e audiência. E eu senti que se não saísse aquela hora, ia fazer um programa mais ou menos no ano seguinte. E não preciso fazer um programa mais ou menos”.
Assista ao bate-papo completo.