Liderança Feminina, por Thais Cassano

Autopromoção em ambientes corporativos: sim ou não?

De antemão, quero deixar claro: sim, eu sou uma defensora da autopromoção. E acho que nós, mulheres, devemos incorporá-la como uma ferramenta estratégica de crescimento profissional.

Thais Cassano

Liderança Feminina, por Thais Cassano

Vamos conversar sobre os desafios e as oportunidades para mulheres que querem crescer profissionalmente

Autopromoção em ambientes corporativos: sim ou não?
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Antes que você me diga que tem antipatia das pessoas que vivem elogiando o próprio desempenho no trabalho, deixa eu te contar um segredo: isso não é autopromoção. Pode chamar de qualquer outra coisa. Mas, com certeza, não é dessa autopromoção a que me refiro como necessária - sobretudo para nós, mulheres-líderes, inseridas no contexto organizacional. 

De antemão, quero deixar claro: sim, eu sou uma defensora da autopromoção. E acho que nós, mulheres, devemos incorporá-la como uma ferramenta estratégica de crescimento profissional. Afinal de contas, uma mulher-líder que não compartilha seus resultados e que não os comunica adequadamente, dificilmente será (efetivamente) vista. Isso mesmo, autopromoção é sobre ser vista. 

Recentemente, Kim Elsesser, professora da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), publicou um artigo na Forbes, cuja discussão girava em torno dessa temática. Segundo ela, mulheres que "falam sobre suas realizações são vistas como competentes, mas não como pessoas agradáveis". Seria mais ou menos assim: se você é mulher e elogia a si mesma, você é vista como arrogante e exibida (claro que isso só vale para mulheres, porque homens que agem da mesma forma são considerados "autoconfiantes"). Bom, mas nem quero trazer, agora, a discussão de gênero. 

Concentremo-nos na autopromoção. 

Nós, mulheres, mais do que os homens, pelas razões óbvias, precisamos aprender a nos divulgarmos bem, para as pessoas certas e, sobretudo, da forma adequada. Eu entendo autopromoção como uma estratégia, uma intencionalidade mesmo. Em outras palavras: se você é mulher, trabalha em ambiente organizacional e almeja construir uma carreira, então você precisa reconhecer seus pontos fortes e aprender a comunicá-los. Para se autopromover, você precisa, basicamente, deixar claro (e visível!) quem você é. Mostre seus resultados e seus valores. E isso não precisa acontecer através da fala, apenas. A sua postura, seu comportamento e suas atitudes também contribuem com esse processo. Planeje ser vista, é disso que estou falando. 

Uma ideia interessante de autopromoção, abordada no artigo da Forbes, é a chamada "dupla promoção". Para evitar parecer prepotente, a estratégia é você divulgar o trabalho de outras pessoas, juntamente com o seu. Sobre isso, o que eu penso: não dê crédito a qualquer pessoa, apenas para ser ouvida ou para que sejam simpáticos aos elogios que você deseja fazer a si mesma. Não se trata disso. Uma possibilidade interessante de aplicação da "dupla promoção" é o reconhecimento público do papel de cada pessoa da sua equipe no sucesso de um projeto específico - liderado por você. Dessa forma, você não fala apenas (e nem diretamente!) de você, mas, sim, sobre todos que contribuíram para um objetivo conquistado. É mais simples do que parece. Mas precisa ser pensado, planejado e executado. 

Em resumo, não basta espalhar que você é super competente. Demonstre. Comprove. Comunique-se. E, se possível, leve outros com você. Se forem outras (mulheres), ainda melhor. 

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