Você já teve a fala interrompida, em seu ambiente profissional? Se sim, quantas vezes você foi interrompida por um homem, durante uma reunião – ainda que você ocupe uma posição de liderança? Muitas, eu sei. A grande questão aqui é: em todos esses momentos, quem esteve ao seu lado? Alguém interferiu e te devolveu a palavra? Alguém sequer notou tal acontecimento? Difícil ser mulher no universo corporativo, né? Mas, está longe de ser impossível. E é sobre isso que eu quero falar.
Nós, mulheres, temos um desafio imenso para nos fazermos respeitadas, no cenário empresarial. Sim, trata-se de uma constante vigilância, de nossa parte. E, sim, isso pode ser exaustivo. E é. Bom, mas o fato é que não podemos permitir nosso silenciamento. E, contra ele, é fundamental que adotemos uma comunicação assertiva. Não podemos perder a chance de nos posicionarmos, sempre que necessário. Falar. Não deixar passar. E agir: tomar a palavra de volta, sempre que interrompidas por um homem, por exemplo. Para além, precisamos quebrar esse ciclo, na organização onde trabalhamos. O que podemos fazer, nesse sentido? Como contribuir para transformar a cultura organizacional (machista) em que estamos inseridas?
Forme aliados e aliadas, busque colegas de trabalho (homens e mulheres!) que estejam ao seu lado - eis a dica de ouro. Aliados em potencial são aquelas pessoas da organização que se mostram abertas a conversar (e entender mais) sobre questões que permeiam a desigualdade de gênero. São eles (e elas) que podem te ajudar nesse processo de conscientização e transformação da cultura, um percurso que deve ser coletivo – jamais individual.
Na prática, como os aliados podem nos ajudar a tornar o cenário corporativo menos hostil para as mulheres? O que eles devem fazer? Uma boa ação (a ser combinada previamente) seria: durante uma reunião, diante da interrupção da sua fala (ou de qualquer outra mulher), o aliado faria com que a palavra voltasse para você. Isso pode ser feito de forma polida, firme e gentil: “Bacana, legal o que você falou, João, mas agora eu gostaria de continuar ouvindo a Maria. Maria, explica mais sobre isso, por favor?”. Dessa forma, com pequenas ações, o grupo se compromete com a mudança de pensamento – e, assim, você não se sente sozinha. Tudo pode ser mais leve. E mais eficaz.
Experimente.