As eleições, em qualquer nível, são uma oportunidade ímpar para refletirmos sobre o que significa representatividade. Esse período nos lembra que, quanto mais mulheres tivermos em cargos de poder, mais elas poderão influenciar diretamente na criação e implementação de políticas públicas que atendam às necessidades de outras mulheres.
Quando mulheres ocupam cargos de liderança política, elas trazem uma perspectiva única sobre questões que impactam diretamente a vida de milhões de mulheres, como a falta de creches, o acesso à saúde pública de qualidade, a equidade salarial e as políticas de gênero. Isso ocorre porque, na maioria das vezes, uma mulher é capaz de se colocar no lugar de outra mulher, reconhecendo as barreiras e desafios que enfrentamos no cotidiano. Embora existam exceções, essa identificação mútua costuma facilitar a criação de políticas mais adequadas às demandas femininas.
Um bom exemplo disso são políticas que promovem a equidade de gênero no mercado de trabalho. Quanto mais mulheres participam dessas discussões, mais próximo estaremos de alcançar condições justas para todas, como salários iguais, melhores condições de licença-maternidade, entre outras medidas necessárias. Da mesma forma, uma maior participação feminina na política nos permite esperar avanços em temas sensíveis como a igualdade de gênero nas empresas e a oferta de serviços públicos que atendam às necessidades das mulheres.
A importância da representatividade feminina no mercado de trabalho
Essa reflexão sobre representatividade política nos leva a outra esfera essencial: o mercado de trabalho. Da mesma forma que precisamos de mais mulheres na política, precisamos de mais mulheres nos cargos de liderança dentro das empresas. A presença feminina em posições de poder corporativo é vital para que os interesses das mulheres sejam defendidos e promovidos em todos os níveis.
Mulheres em cargos de liderança podem identificar desafios específicos que as mesmas enfrentam nas organizações, desde as dificuldades de conciliar carreira e maternidade até questões de equidade salarial e avaliações justas de desempenho. Elas se tornam, em muitos casos, porta-vozes de uma luta coletiva por ambientes mais inclusivos e representativos. Além disso, as mulheres em posições de liderança são exemplos concretos de que outras mulheres podem, sim, alcançar o topo das corporações. Elas não só abrem portas para novas gerações, mas também criam políticas inclusivas que permitem que mais mulheres possam equilibrar suas carreiras e responsabilidades familiares.
Sendo assim, ter mulheres ocupando posições estratégicas não se trata apenas de beneficiar as já presentes no mercado, mas também de inspirar outras a seguirem o mesmo caminho. Ao verem mulheres em cargos de liderança, jovens profissionais e futuras líderes passam a acreditar que esse lugar também pode ser ocupado por elas. A representatividade feminina tem um impacto multiplicador, tanto no mercado de trabalho quanto na política, criando um ciclo virtuoso onde mulheres promovem outras mulheres.
No entanto, para que essa transformação ocorra em larga escala, é fundamental que continuemos a investir em nossa própria rede de apoio e desenvolvimento. Mulheres líderes devem estar conectadas umas às outras, compartilhando experiências e desafiando as estruturas que, historicamente, têm sido mais favoráveis aos homens.
O que precisamos é de mais mulheres liderando, inspirando e criando espaços para que as futuras gerações de mulheres possam florescer. A representatividade não é apenas sobre estar em um cargo, é sobre ser voz e ação para tantas outras que precisam de mais espaço.