A Meta, dona do WhatsApp, bloqueou o chat da Lex, primeira inteligência artificial legislativa do Brasil. Desenvolvida por Pedro Markun (Rede), a I.A é considerada co-candidata a uma das 55 vagas na Câmara Municipal da capital paulista.
O chat foi criado para atuar ao lado do candidato, para a população contribuir com o mandato e promete dar maior transparência para a candidatura e abrir espaço para a participação popular na Câmara. Dentre as funções da Lex, a I.A poderá fazer propostas legislativas, fiscalizar contratos da prefeitura, atender a população e ainda construir um mapa de percepções para o mandato coletivo.
Lançada em 13 de julho, a Lex foi derrubada do WhatsApp Business API em 11 de agosto. "Fomos derrubados sem aviso prévio, sendo que outros API e programas de candidatos estão ainda no ar. Desenvolvemos a I.A no WhatsApp porque a rede é a principal de mensagens no Brasil e, com tudo de acordo com o TSE", conta Pedro Markun.
O candidato afirma que quis usar a inteligência artificial dentro das regras eleitorais e sente que a candidatura é prejudicada pela Meta. "Prejudica não só a gente, como também a política e empurra todos os candidatos para a ilegalidade, já que a Meta não vai atrás de quem usa disparos em massa, greyzones e programas piratas", alega.
As Big Techs se comportam como países, vimos isso com o X. Eles colocam regras e prejudicam o campo político - diz Pedro Markun.
Markun diz que além da Lex, outros dois projetos dele que utilizam a API do WhatsApp, mas que não têm relação com a candidatura, foram derrubados. A campanha de Markun chegou a criar um abaixo-assinado online para reverter a decisão da Meta e notificou extrajudicialmente a Big Tech alegando um bloqueio indevido da conta.
Na notificação extrajudicial, a defesa de Pedro Markun alega violação de direitos e que há prejuízos ao projeto.
Para a Band, a Meta informa que a conta da Lex "foi banida pelo sistema de integridade do WhatsApp por ferir a política do aplicativo que explicitamente proíbe o uso da Plataforma do WhatsApp Business por políticos ou partidos, candidatos e campanhas políticas". A empresa reforça que “não permite o uso da Plataforma do WhatsApp Business (API) por candidatos e campanhas políticas".