União Brasil volta a conversar com PSDB e pode atrapalhar planos do MDB

Na semana em que tucanos e emedebistas pretendem bater martelo sobre chapa, Luciano Bivar sinaliza reaproximação com PSDB

Por Isabel Mega

O presidente do União Brasil e pré-candidato à presidência da República, Luciano Bivar, sinalizou uma reaproximação com o PSDB nas conversas eleitorais, o que pode atrapalhar os planos dos emedebistas com os tucanos. Lideranças das duas legendas se reuniram nesta segunda-feira (06), inclusive.

As conversas voltaram a acontecer e o próprio Bivar fala em criar uma "junção muito interessante" para o processo eleitoral, baseada em um programa em comum entre as legendas. "As nossas identidades são muito mais convergentes do que o PSDB tem com outros partidos. Temos uma linha programática muito semelhante, bebemos na mesma fonte de liberdade", afirmou Bivar em entrevista exclusiva ao Bandnews TV.

O PSDB tem uma reunião agendada com o MDB nesta semana. É desse encontro que pode sair a formalização da aliança para uma chapa encabeçada por Simone Tebet (MDB-MS) com Tasso Jereissati (PSDB/CE) de vice. 

Por outro lado, nada está fechado, por enquanto. O União Brasil, aliás, chegou a flertar com esse grupo majoritário da terceira via, que também é formado pelo Cidadania, mas se afastou e decidiu lançar a pré-candidatura de Bivar, na semana passada. Nos bastidores, tucanos admitem que ainda existem reações internas contra a chapa com Tebet e que é preciso se chegar a um consenso sobre a disputa no Rio Grande do Sul para que o apoio seja costurado.

As sinalizações são de que o jogo pode mudar e de que PSDB e União Brasil podem ir juntos na aliança para a disputa presidencial. Questionado sobre quem entraria como na vice na chapa, Bivar disse que "é uma discussão que vamos ter com o PSDB sobre este assunto. Certamente vamos conversar sobre a chapa majoritária". O MDB, segundo Bivar, tem dificuldade de unidade para ter seu candidato à presidência da República.

Ao BandNews TV, Luciano Bivar afirmou que o União Brasil pode apoiar o PSDB em pelo menos seis estados. Em São Paulo, por exemplo, a sigla já dá suporte ao nome do atual governador, Rodrigo Garcia. Bivar disse ter certeza de que todo esse contexto está sendo levado em consideração pelos tucanos.

Bivar afirmou que o partido pretende ir até o final da disputa presidencial. Na conversa com o Bandnews TV, ele afirmou que "pode cravar, não há possibilidade que vai ser diferente."

Enquanto isso, outros nomes da terceira via, como Ciro Gomes, seguem isolados nessas conversas. Pelo União Brasil, esse cenário não deve mudar. Luciano Bivar diz que o ex-governador do Ceará é um político que admira, mas afirmou que há divergências ideológicas significativas. "A gente quer que haja teto fiscal e que a economia seja liberal, então há projetos econômicos bem distintos".

Dono do maior fundo eleitoral desta eleição e do maior tempo de TV, o União Brasil é peça chave nas disputas políticas deste ano. O partido soma quase R$ 1 bilhão de fundos partidário e eleitoral. A legenda ainda tem quadros como Sergio Moro, definitivamente fora da disputa presidencial, mas que poderá representar a sigla na disputa para Senado ou Câmara, ou até mesmo no governo de São Paulo, dependendo da evolução das conversas com o PSDB. 

Bivar também afirmou que não há nenhuma liberação oficial do partido para que, nos estados, candidatos possam apoiar o presidente Jair Bolsonaro na disputa presidencial. A condição foi estabelecida por recém-chegados ao União Brasil, como Wilson Lima, que tenta a reeleição para o governo do Amazonas.

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