Temer não acredita em candidatura da 3ª via e admite sondagem de aliado de Moro

Ex-presidente vê campo pulverizado e mas negou conversas com ex-juiz sobre eleições

Da redação, com Rádio Bandeirantes

O ex-presidente Michel Temer afirmou que, com o atual número de pré-candidatos da chamada terceira via, ele não acredita neste momento em uma candidatura mais solidificada que possa rivalizar com a polarização protagonizada por Lula e Bolsonaro, que lideram as últimas pesquisas de intenção de voto. O político do MDB vê esse campo muito pulverizado atualmente.

“Confesso há quatro, cinco meses, eu achava que os partidos lançariam pré-candidatos para verificar quem se viabilizaria como candidato único e daí nós teríamos um outro candidato. Mas o que eu constato hoje é que os chamados pré-candidatos são todos candidatos. A essa altura, nós já temos praticamente quatro candidatos na chamada terceira via o que, digo eu, vai pulverizar, vai atomizar o voto. Na terceira via, eu não sei se isto não fará com que os chamados pólos se mantenham íntegros, né? Acho que hoje essa história da terceira via está um pouco destruída, né? Eu não acredito mais nela”, disse em análise para Thays Freitas, Pedro Campos, Cláudio Humberto e Sônia Blota no Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes desta quinta feira(16).

Apesar das críticas ao cenário da via alternativa, ele elogiou a pré-candidata de seu partido, a senadora Simone Tebet (MDB-MS). Mas não descartou que a legenda possa avaliar outras alternativas à campanha caso sua candidatura não decole até maio do ano que vem nas pesquisas. Contudo, disse que o MDB seguirá com a campanha de Tebet.

Sondagem com interlocutor de Moro

Temer também admitiu que foi procurado por um interlocutor do pré-candidato Sergio Moro, do Podemos, para falar sobre as eleições, mas disse que o contato só ficou na sondagem, por enquanto, e que eles não conversaram ainda. “Nada é proibido, mas nada ainda é cogitado”, disse. 

Ele fez críticas à atuação do ex-juiz na condução dos processos da Lava Jato – ele acabou detido em março 2019, após decisão do juiz Marcelo Bretas, episódio que ele relembrou como um “sequestro”. Em um eventual encontro com Moro, o ex-presidente disse que vai sustentar todas as críticas que já fez aos métodos da operação.

Temer vê aliança boa para Lula, mas tem duvídas quanto a benefício para Alckmin

O ex-presidente ainda avaliou o cenário eleitoral para 2022 para além da terceira via. Na chapa que uniria o ex-presidente Lula com Geraldo Alckmin como vice, ele vê ganhos políticos mais claros para o petista.

“Eu acho que o Geraldo Alckmin também [como José de Alencar, que foi vice de Lula], de alguma maneira, amenizará as eventuais críticas que venham a ser feitas ao candidato. Eu não sei se é bom para o Geraldo Alckmin e confesso que eu não tenho não tenho capacidade de avaliação”, avaliou.

Veja a entrevista completa de Michel Temer à Rádio Bandeirantes