Ex-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) omitiu, em entrevista à rádio BandNews FM, sua proposta anterior de "acabar" com o uso de câmeras nas fardas de policiais, caso seja eleito.
Agora, segundo ele, seria necessário apenas "reavaliar" a medida. Tarcísio afirmou, no entanto, que o uso do equipamento é um “voto de desconfiança” ao policial.
Segundo ele, comando da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP) “faz política” quando defende o uso das câmeras. Para ele, na base, os militares não estão confortáveis.
“É um voto de desconfiança para o agente de segurança pública. Estou dizendo, de certa forma, e isso fica implícito: ‘policial, eu não confio em você’. Acho isso ruim. Entre confiar no bandido e confiar no policial, prefiro confiar no policial. Mas têm outras questões que impõem uma reflexão. Como qualquer política pública ela precisa ser reavaliada”, afirma.
Carioca
Na entrevista, Tarcísio rebateu críticas de adversários que batem na tecla de que ele, por não ser paulista, não estaria preparado para chefiar o Palácio dos Bandeirantes, citando algumas obras que ajudou a fazer enquanto ministro da Infraestrutura.
O carioca disse que morou no Rio de Janeiro somente nos primeiros anos de vida.
“Engraçado que sou um carioca que nasceu no Rio e morou no Rio só até os 2 anos de idade. Que começou sua carreira profissional em Campinas, na escola preparatória de cadetes do Exército e que tem uma vida dedicada à infraestrutura", disse.
Tarcísio destacou realizações durante sua permanência no governo Bolsonaro que teriam beneficiado o Estado de São Paulo.
"O que nós fizemos no Ministério da Infraestrutura: nós concluímos, por exemplo, um ramal Estrela do Oeste (SP)/São Simão (GO). Nós determinamos a recuperação do ramal de Colômbia (SP) e a recuperação do ramal de Panorama/Bauru (SP) que vai ser tão importante para a recuperação da (Nova) Alta Paulista, duplicação para Santos, contorno ferroviário de Catanduva e de Rio Preto”, enumera.
Privatizações
Tarcísio prometeu melhorar a remuneração de servidores da Saúde, das polícias e dos professores. Questionado sobre de onde viriam os recursos para reestruturar essas carreiras, o pré-candidato defendeu uma agenda de privatizações.
“Quanto é que você pode auferir de receitas com privatizações? Quanto é que poderia valer uma venda de participações do governo do Estado na Sabesp? Vamos fazer isso? É uma coisa que tem que ser avaliada. Mas existem outras fontes de receita. Existem fazendas que não precisariam estar operando no Estado de São Paulo, existem ativos que poderiam ser vendidos, existe patrimônio imobiliário que poderia ser vendido? Existe. Então tem como criar espaço”, aponta.
Debate
O ex-ministro elogiou os demais candidatos, confirmou presença no debate da Band e falou sobre o que espera do encontro.
“Vai ser um bom debate. Entendo que o Estado de São Paulo tem bons candidatos. Louvo iniciativa da Bandeirantes, porque está procurando trazer uma pauta mais programática ao debate, que vai deixar de ser raso. Vai passar a ter mais conteúdo. Isso é importante para formação de convicção. Neste ambiente polarizado, puxar a coisa para a linha programática é fundamental. Eu acho que a gente precisava dessa toada para mostrar quem tem mais aptidão e quem pode apresentar o melhor projeto”, diz.
O primeiro debate com os candidatos ao governo de São Paulo na TV aberta será na tela da Band, no dia 7 de agosto.
Nesta quinta-feira (11), o atual governador e candidato do PSDB, Rodrigo Garcia, será entrevistado no jornal BandNews São Paulo 1ª Edição, da Rádio BandNews FM.
Até agora, já foram ouvidos Vinicius Poit (NOVO) e Márcio França (PSB).
A entrevista com Fernando Haddad (PT), seria realizada nessa terça-feira (10), mas o pré-candidato teve problemas de saúde e a conversa foi remarcada para a semana que vem.
Edição: Narley Resende