'Lula e Bolsonaro não são extremos simétricos', diz Tabata Amaral

Deputada recebeu mais de 337 mil votos em SP, sendo a sexta candidata mais votada do estado para a Câmara dos Deputados

Da redação

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) foi reeleita por São Paulo com mais de 337 mil votos, sendo a sexta candidata mais votada para a Câmara dos Deputados no estado, com 73 mil votos a mais ao comparar com as eleições de 2018. A política foi entrevistada nesta quinta-feira (6) pela BandNews TV. 

Tabata Amaral declarou apoio ao candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e diz que eleição deste ano é o pleito mais importante que sua geração vai enfrentar. “Quando olhamos para as eleições como um todo, vemos que foi de extremos. Não olhou para a moderação, diálogo e isso é o oposto do que o Brasil precisa nesse momento”, comenta. 

Nesse momento de ódio, diz Tabata, é importante que haja conversa com as pessoas que ainda não decidiram o voto para ouvir o eleitor e levar o argumento principal: “Lula e Bolsonaro não são extremos simétricos”. Ela complementa dizendo que as pessoas comentam que queriam ter uma outra opção, mas reitera que o pleito foi de extremos, só que “Lula jamais governou como extremo”, ao contrário de Jair Bolsonaro que “é desequilibrado, extremista e destruiu a educação”. 

Tabata Amaral conta que estudou em escola pública e cresceu na periferia de São Paulo e faz uma crítica sobre a esquerda e direita, que ambos os direcionamentos políticos foram elitizados e se distanciaram da população. “A gente vê debates nas redes sociais que não conversam com o que a população está sentindo, como o preço dos alimentos, precariedade do transporte público, corte de água nas periferias diariamente e despejos”. 

A deputada reforça que fez a campanha para a reeleição com base no que acredita, como a distribuição de absorventes em escolas públicas, falta de professores, luta contra a fome, ensino técnico e oportunidade para os jovens. “Falta diploma de realidade na política”. Segundo ela, os políticos precisam sair das redes sociais e falar do que, de fato, importa para a população. 

"Esse é um momento de diálogo e precisamos respeitar quem pensa diferente, sem arrogância e xingamentos, mas mostrar para as pessoas que o que está em jogo, nesse momento é a gente ter mais quatro anos de uma pessoa desequilibrada e insensível ou a gente ter quatro anos que poderemos debater a educação, a pauta ambiental, a luta contra a fome e geração de emprego”, comenta a deputada. 

Propostas de Tabata Amaral para o novo mandato

Para o segundo mandato, Tabata Amaral tem como foco a pauta da educação. “A gente precisa olhar para a recuperação da aprendizagem, na alfabetização, valorização dos professores”, comenta. 

Outro ponto citado pela deputada é a saúde mental dos alunos. “Temos uma epidemia silenciosa em sala de aula, alunos com sintomas de depressão e ansiedade. Eu venho trabalhando por uma política nacional de saúde mental”. 

Tabata Amaral diz que a escola atual não é interessante para a juventude, então vai lutar por escolas com esporte, cultura, aulas de inglês, além da formação técnica profissionalizante. “Eu tenho um projeto (de ensino técnico) que já foi aprovado pela Câmara e que está no Senado que cria uma política nacional e seguirei lutando por esse projeto”. 

A deputada tem uma proposta semelhante a apresentada por Simone Tebet - remuneração ao jovem que se formar no ensino médio -  durante as eleições, que é a “poupança ensino médio”: o jovem que não consegue estudar e segurá-lo na escola, dar a ele o recurso para que termine os estudos.