O ex-prefeito Fernando Haddad (PT), de São Paulo, em entrevista à Rádio BandNews, apresentou propostas relativas à Cracolândia. O petista criticou o gestor da capital paulista que o sucedeu, João Doria (PSDB). Para o pré-candidato ao governo, o tucano piorou a realidade de usuários de droga no Centro paulistano.
“Aí chega o Doria: ‘Isso é bolsa crack. Eu vou resolver isso tudo em um dia’. [Doria] piorou quatro vezes. Tinham 500 pessoas. Eu reduzi para 130 pessoas. Hoje, há 1,5 mil pessoas nas ruas de São Paulo fumando crack [na Cracolândia]”, comentou Haddad após mencionar o programa “Braços Abertos”, criado por ele para combater a Cracolândia.
Oferta de teto, trabalho e tratamento
Na prática, o ex-prefeito avalia a Cracolândia como um problema social e de saúde pública, que precisa ser tratado com base na ciência. Para ele, é preciso dar teto, trabalho e tratamento vinculado a centros de apoio psicossocial, o que ele já fez quando foi prefeito de São Paulo.
“O programa [Braços Abertos] deu certo em Lisboa, Amsterdam, Vancouver. Por que não daria certo aqui?”, pontuou o ex-prefeito. Na visão do petista, a força policial agiria contra os traficantes.
“A polícia tem que cuidar do grande traficante. Esse é o papel da polícia. Para isso, ela precisa ter inteligência, equipamento. Por que ele não investe em equipamento? Têm equipamentos russos, israelenses de todo tipo e de última geração. O bandido não vai ter dinheiro para comprar um equipamento desse porte. Só o Estado tem. O Estado que tem o monopólio da violência contra o bandido”, analisou.
Combate à criminalidade
Para o combate à criminalidade, Haddad destacou um plano de metas vinculado à valorização profissional para a Polícia Militar e Polícia Civil. Segundo o petista, a medida reduzirá a criminalidade e aumentará a resolução dos crimes.
“Carreira, formação e investimento em tecnologia, inteligência devem estar atrelados às metas pactuadas. Nós vamos dar transparência para isso porque o profissional de segurança, em São Paulo, realmente, está defasado em relação ao Brasil”, pontuou Haddad.