Moro e Dallagnol comemoram eleição ao Senado e à Câmara: 'A Lava Jato vive'

Ex-ministro foi eleito Senador pelo estado do Paraná; ex-procurador foi o deputado federal mais votado

Da redação

Sergio Moro e Deltan Dallagnol foram os mais votados do Paraná para Senado e Câmara
Divulgação

O ex-ministro Sergio Moro (União) e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), expoentes da Operação Lava Jato, comemoraram a eleição para o Senado e para a Câmara dos Deputados pelo Paraná. Moro foi o mais votado para o Senado e Dallagnol foi o candidato a deputado federal mais votado no estado.

“Muito obrigado a todos vocês eleitores e apoiadores. A Lava Jato vive e vai chacoalhar Brasília novamente”, disse Moro em suas redes sociais. Moro desbancou Álvaro Dias (Podemos) e Paulo Martins (PL).

Dallagnol foi o segundo deputado federal mais votado da história do Paraná, com quase 345 mil votos. “Obrigado, Deus, obrigado, Paraná. Hoje, a Lava Jato renasceu como uma fênix, mas não das cinzas, e sim dos corações dos mais de 340 mil paranaenses, que mostraram a força de sua integridade, honestidade e não desistiram de um país mais justo, mais próspero e melhor”.

Ele destacou que o resultado é uma resposta as ações de combate à corrupção.

A trajetória de Moro

Moro, Dias e Martins protagonizaram uma das disputas ao Senado mais comentadas destas eleições. Acontece que, dias antes do fim da janela partidária, quando os então pré-candidatos podem trocar de partidos, o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro deixou o Podemos, onde concorreria à presidência da República, para se filiar ao União Brasil para concorrer ao Senado por São Paulo.

A candidatura de Moro em São Paulo, porém, foi barrada pela Justiça Eleitoral porque o ex-ministro não tinha domicílio com base nas regras eleitorais. Foi aí que o ex-juiz da Lava Jato teve que confirmar a candidatura no Paraná, onde Dias, que recebeu Moro no Podemos, seguia como favorito.

Moro ganhou fama na Lava Jato, período em que foi considerado herói nacional pelas condenações de empresários e políticos envolvidos em esquema de corrupção envolvendo estatais, sobretudo a Petrobras. Em 2018, condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à prisão nos processos do triplex do Guarujá.

Em 2021, as condenações de Lula foram anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, por entender que a Vara de Curitiba não era competente para julgar o petista. Com isso, Lula teve os direitos políticos devolvidos e se tornou elegível para disputar a presidência em 2022. A decisão foi confirmada pelo Plenário da Corte meses depois, que também considerou Moro parcial no julgamento.

Acontece que, após a condenação de Lula, Moro deixou a magistratura para ser ministro da Justiça de Bolsonaro. Em 2018, antes do Tribunal Superior Eleitoral aprovar a inelegibilidade de Lula pela Lei da Ficha Limpa, o petista aparecia na liderança das pesquisas.

Em abril de 2020, Moro se envolveu em outra polêmica: pediu demissão do Ministério da Justiça por entender que Bolsonaro interferia na Polícia Federal para defender familiares e aliados. Na época, o presidente queria trocar a direção da Polícia Federal (PF) a contragosto do então “superministro”.

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