Em entrevista ao Canal Livre que vai ao ar neste domingo (30), o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à presidência da República, falou sobre suas propostas para a economia brasileira e fez um balanço sobre a Operação Lava Jato.
“Não existe nenhuma razão objetiva, com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, para que a anulação da condenação do presidente Lula fosse realizada. Isso é um baita erro judiciário e o país vai lamentar isso por muito tempo”, afirmou Moro durante a entrevista.
O programa vai ao ar às 20h no BandNews TV e às 23h na Band, na TV e no band.com.br A apresentação é de Adriana Araújo. O jornalista Fernando Mitre e o cientista político Fernando Schüler participam com entrevistadores.
“O eleitor sabe a verdade. A Lava Jato apenas revelou esses crimes, não criou esses crimes. O que havia ali era um modelo de corrupção e de governança baseado na corrupção. Isso ficou muito bem retratado na Petrobras. Loteava-se a Petrobras, e os cargos de diretores e gerentes eram negociados pelos partidos políticos. As pessoas ali colocadas tinham uma missão específica, que era a de arrecadar subornos, e elas se apropriavam de parte disso. E destinavam parte destes valores para políticos inescrupulosos. E isso está provado, evidenciado. É uma prova maciça”, afirmou Moro, ao fazer o seu balanço sobre a Operação Lava Jato.
“Não foi só o Lula. Foi Cabral, Cunha, vários diretores, políticos de vários partidos, empreiteiras brasileiras admitindo que pagaram suborno. As pessoas sabem a verdade, sabem quem combateu a corrupção”, disse.
Moro ainda falou sobre a sua pré-candidatura: “Me coloquei nessa jornada publicamente em 10 de novembro de 2021, e hoje estou em terceiro lugar nas pesquisas, sendo apontado pela grande maioria dos analistas políticos como a candidatura –não gosto desse negócio de terceira via —fora desses extremos políticos mais promissora”
Força-tarefa contra a pobreza
Perguntado sobre suas propostas para a economia brasileira, o pré-candidato do Podemos afirmou que seu plano é focado na retomada do crescimento econômico. Moro afirmou ainda que sua proposta foi “construída em conversas com grandes especialistas do Brasil no combate à pobreza”.
“A proposta é criar uma governança específica, uma força-tarefa nacional de erradicação da pobreza, com o objetivo de focalizar as causas que acabam prendendo as pessoas na armadilha da pobreza”, explicou.
“O que isso significa? A volta do emprego, o crescimento do emprego, o aumento de salários, com o tempo do crescimento econômico. Agora, existe uma série de caminhos para que você atinja esse objetivo. As propostas destes dois extremos são mais ou menos nesse seguinte sentido: pedem ao povo brasileiro que deem um cheque em branco para que gastem como quiserem e, como mágica, o Brasil vai sair da crise. Na verdade, a gente sabe que isso já não deu certo em 2014 e 2016. O país vai cair numa profunda recessão com essa proposta que é apresentada pelo Lula, que simplesmente vai começar a cair picanha do céu e cerveja jorrando das fontes. E as pessoas sabem, não são burras.”