O ex-presidente Michel Temer, líder e articulador do MDB, disse nesta quarta-feira (16) em entrevista ao Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, que a formação de uma federação do partido com o União Brasil e o PSDB “não é improvável, embora não seja fácil”.
Na terça (15), os presidentes das três siglas se reuniram em Brasília para iniciar as negociações. A maior dificuldade seria em relação às divergências regionais, já que, se a federação for concretizada, todos terão que escolher candidatos únicos em nível nacional e estadual (na eleição de 2022) e em nível municipal (em 2024).
“As conversas vão caminhando muito bem. Claro que, para fazer uma aliança dessa natureza, precisa acertar a questão dos estados. Mas Baleia Rossi, Bruno Araújo e Luciano Bivar estão conversando muito sobre esses ajustamentos. Eu penso, pelas informações que tenho, que, se houver esses ajustamentos, a federação vai sair", disse Temer.
"Não é improvável, embora não seja fácil. Possivelmente outros partidos até depois podem se interessar e haver uma aliança mais ampla. Eu torço por isso (…). Não é uma solução fácil. Se fosse fácil, já teria, desde o início, se consolidado. Depende de muito diálogo, muita conversa”, completou.
Vídeo: Partidos se reúnem para discutir federação
O ex-presidente ressaltou que é “muito simpático e favorável” às federações, que, segundo ele, representam a “possibilidade de uma redução não-traumática do número de partidos” no país.
“Eu tenho simpatia porque ela pode caminhar para custear essas dificuldades [as divergências regionais]. Quando chegar as eleições municipais, esses partidos vão se unir e falar: ‘o que vamos fazer agora?’. Como fazem hoje com as eleições para os executivos estaduais.”
“O MDB sempre foi uma espécie de ‘federação interna de partidos’. Muitas vezes, em face de interesses locais, alguns líderes locais não acompanham a posição nacional. De qualquer maneira, com os partidos que eventualmente venham a integrar a federação – digamos que sejam três, no caso MDB, União e PSDB, que estão em conversas – evidentemente forma-se uma obrigatoriedade de certa fidelidade, não só entre os partidos federados, mas muito provavelmente em relação aos integrantes de cada partido.”
Apoio a Simone Tebet
Questionado sobre quem seria o candidato à eleição presidencial deste ano em uma eventual federação partidária de MDB, União Brasil e PSDB – que já lançou o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato –, Temer afirmou que os “detalhes serão debatidos mais para frente”, mas reafirmou seu apoio à senadora Simone Tebet.
“O MDB tem uma expressão muito significativa com a senadora Simone Tebet. Ela teve um desempenho muito elogiado no Senado Federal. O MDB tem essa candidata e seguramente vai tentar levar [o nome] para que cresça nas pesquisas e possa representar a federação. Mas isso vai ser discutido lá na frente. O MDB tem figuras significativas. Temos também Ricardo Nunes que faz belíssima gestão na prefeitura de São Paulo.”