Lula ataca prazo de validade em reajuste a auxílios

Ex-presidente diz que pacote do governo é "para ver se ele (Bolsonaro) consegue ganhar as eleições"

Narley Resende

Lula durante discurso em Salvador Reprodução / TVT
Lula durante discurso em Salvador
Reprodução / TVT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pré-candidato à Presidência da República, destacou neste sábado (2) que o pacote do governo aprovado no Senado nesta semana prevê que os auxílios ampliados vão durar somente até o fim deste ano. 

Em Salvador, durante evento que reuniu apoiadores ao lado do estádio Fonte Nova, Lula enfatizou que a proposta de reajuste a benefícios sociais é apenas para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) agrade o eleitorado a três meses do pleito. 

Paralelamente ao pacote, foi aprovado o estado de emergência, em razão da inflação dos combustíveis, para que o governo possa aumentar benefícios sociais no período eleitoral. 

A lei eleitoral não permite reajuste ou criação de benefícios sociais em ano de eleição, a não ser em casos excepcionais, como o estado de emergência.

"R$ 41 bilhões para ver se ele (Bolsonaro) consegue ganhar as eleições e eu queria dizer para ele o que o povo baiano está dizendo para ele: 'Bolsonaro, aprove suas leis, porque a gente vai pegar todo dinheiro que você mandar. Mas a gente não vai votar em você. A gente vai votar em outras pessoas'. Porque o dinheiro que ele está dando é só até dezembro. É como se fosse um sorvete, chupou, acabou. Fica com o palito na mão. Então nós temos que dar uma lição para ele", afirmou Lula.

Assédio

O ex-presidente também comentou as denúncias de assédio sexual na Caixa Econômica Federal. Ele pediu que as denúncias sejam apuradas com rigor e que culpados sejam condenados. 

"Mulheres brasileiras lutam dia a dia uma guerra injusta, recebendo menos salário que os homens na mesma função, expostas ao machismo, feminicídio, estupro e outras formas de violência de que são vítimas todos os dias no Brasil, como as mulheres foram vítimas de assédio pelo presidente da Caixa Econômica", afirmou Lula.

O ex-presidente completou defendendo equidade de direitos. "É mais de que urgente construirmos igualdade de direito entre mulheres e homens", disse.

Bolsonaro, Ciro e Tebet também em Salvador

A poucos quilômetros de onde discursou Lula, o presidente Jair Bolsonaro discursou, por volta das 9 horas, perto do Farol da Barra. Em seguinda ele iniciou uma motociata com apoiadores e lideranças políticas na Orla Atlântica de Salvador.

Outros pré-candidatos também foram a Salvador para participar de eventos relacionados aos 199 anos da adesão da Bahia à Independência do Brasil. 

Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também estiveram na capital baiana e ambos se cumprimentaram no evento oficial de 2 de Julho. O cearense chamou o encontro de “convivência harmônica e respeitosa”.