A deputada federal reeleita Bia Kicis (PL-DF), bolsonarista que recebeu o maior número de votos (214.733) entre os candidatos no Distrito Federal, destacou em entrevista ao BandNews TV que a nova bancada governista eleita para assumir em 2023 vai trabalhar para “resgatar a autoridade do parlamento”.
Questionada sobre a desarmonia do governo Jair Bolsonaro (PL) com o STF (Supremo Tribunal Federal), Kicis disse que os novos deputados são pessoas “dispostas a resgatar a autoridade do parlamento”.
“Espero que sim. Desde o [começo do] primeiro mandato, que está chegando ao fim, eu tenho falado que a gente precisa resgatar a autoridade do parlamento”, disse.
"O parlamento tem andado de joelhos, subserviente, ao Poder Judiciário. E isso é muito ruim para a democracia. E acredito que com esse parlamento mais conservador, que vai combater o ativismo, que vai ter mais confiança para trabalhar. São pessoas que estão vindo dispostas a resgatar a autoridade do parlamento, que em outras palavras é a autoridade do povo, representantes, eu acredito que os Poderes trabalharão mais dentro dos atributos constituicionais e com menos interferência uns nos outros", aponta.
Ex-presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, a deputada questionou o regime presidencialista previsto na Constituição Federal. Segundo ela, o texto deixa a “costura” política “complicada”.
A afirmação veio após uma pergunta sobre a aprovação do chamado Orçamento Secreto, as emendas de relator, para garantir apoio parlamentar ao governo Bolsonaro.
"A gente tem um sistema de presidencialismo de coalisão, algo que foi criado, a nossa Constituição ela foi feita para um regime ‘parlamentarista’, mais que pelo presidencialismo. Então realmente fica uma costura complicada. Mas agora, o presidente Bolsonaro fez um parlamento que vai poder governar com folga, caso reeleito", disse.
O PL de Bolsonaro elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados. A legenda conseguiu 99 vagas para deputado, à frente de PT (68), União Brasil (59), PP (47) e MDB (42).
Bia Kicis disse que poderá se candidatar à presidência da Câmara. "Proporcionalmente a parlamentar mais bem votada do país, ela [votação] me legitima a isso. eu já provei como presidente da CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] que eu tenho capacidade de diálogo, ponderação, que eu consigo conversar com os diferentes. Então, sim, por que não eu não ser a primeira mulher presidente da Câmara dos Deputados", destaca.