A primeira rodada de abril da pesquisa Ipespe após a retirada das pré-candidaturas à Presidência da República do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil-SP) e do nome do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) mostra migração de intenções de voto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para a corrida eleitoral.
O levantamento (veja a íntegra) mantém o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança, com 44%, mesmo patamar da pesquisa anterior.
Bolsonaro cresceu de 26% para 30% nas intenções de voto na disputa de outubro — seu maior percentual registrado até aqui.
O levantamento é o primeiro desde que Moro trocou o Podemos pelo União Brasil, o que representa um obstáculo a sua pretensão de se candidatar à Presidência. No último levantamento, de março, o ex-ministro de Bolsonaro atingia 9% das intenções de voto.
Também se beneficiam da saída do ex-juiz a candidatura de Ciro Gomes, que avança de 7% para 9%, a de João Doria, que passa de 2% para 3%, e a de Simone Tebet, que avança de 1% para 2% — todas as oscilações dentro da margem de erro.
Os que não sabem, não responderam ou votam nulo e branco saltam 3 pontos percentuais com saída de Moro, indo de 9% para 12%. Veja abaixo:
- Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - 44%
- Jair Bolsonaro (PL) - 30%
- Ciro Gomes (PDT) - 9%
- João Doria (PSDB) - 3%
- Simone Tebet (MDB) - 2%
- André Janones (Avante) - 1%
- José Maria Eymael (DC) - 0%
- Felipe D'Ávila (NOVO) - 0%
- Vera Lúcia Salgado (PSTU) - 0%
- Brancos/nulos: 9%
- Não sabe/não respondeu: 3%
Na pesquisa espontânea, Lula permanece à frente com 36%, mesmo número de março. Bolsonaro oscilou dois pontos para cima, e agora tem 27%, também a mais alta pontuação registrada por ele desde o início das aferições, em janeiro de 2020.
Segundo turno
Em simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro, Lula aparece com 53%, 20 pontos à frente do rival, que marca 33%. Há dez dias, a vantagem era de 54% a 31%.
Avaliação do governo
A retomada da tendência de crescimento da avaliação positiva do governo (o grupo que considera a gestão ótima ou boa foi de 26% para 29%) e das intenções de voto em Bolsonaro coincide com avanços em outros indicadores que haviam registrado estagnação ou até recuo na pesquisa anterior.
A percepção de que a economia está no caminho certo voltou a 29%, depois de ter recuado a 27% em março, assim como melhorou a avaliação sobre o noticiário em relação ao governo (percepção positiva passou de 11% a 13%).
Foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional, nos dias 2, 3, 4 e 5 de abril. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-03874/2022. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais.