Eleições: Ministério da Defesa começa a analisar códigos das urnas eletrônicas

Justiça Federal diz que dados sobre equipamentos estão disponíveis desde outubro do ano passado

Da redação

O Ministério da Defesa vai analisar nesta quarta-feira (3) os códigos-fonte que serão utilizados nas urnas eletrônicas nas eleições de outubro. Nesta terça (2), o ministro Paulo Sérgio Nogueira enviou um ofício ao Tribunal Superior Eleitoral pedindo acesso aos códigos das urnas eletrônicas que permitem uma análise detalhada dos equipamentos. 

A Justiça Federal respondeu que os dados estão disponíveis desde outubro do ano passado.

O TSE enviou em 2021 um ofício com o convite para que todas as entidades fiscalizadoras do processo eleitoral inspecionassem os códigos-fonte dos programas de computador que são embarcados na urna eletrônica e que compõem o sistema eletrônico de votação.

“A abertura dos códigos-fontes é uma solenidade obrigatória realizada pelo TSE antes de cada eleição, e é uma das ações iniciais do Ciclo de Transparência Eleitoral”, diz o TSE em nota. “Assim como ocorreu com outras entidades que estiveram na Corte, o TSE recebeu na última segunda-feira (1°) um pedido de inspeção das Forças Armadas, que foi prontamente aceito e será realizado na manhã desta quarta-feira.”

Em julho, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu que o sistema eletrônico de votação é seguro e não há riscos relevantes para a realização das eleições de outubro.

A conclusão está em um relatório de auditoria apresentado pelo tribunal. A investigação avaliou a gestão de riscos para proteção do processo eleitoral e capacidade de evitar a interrupção da normalidade das eleições contra falhas graves.

Para os auditores, o TSE possui um cronograma para aprovação de projetos de defesa cibernética e há planos de contingências para evitar a interrupção do sistema em caso de incidentes.

Em entrevista a uma rádio gaúcha nesta terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro  subiu o tom novamente contra as urnas eletrônicas e o Supremo Tribunal Federal e atacou o presidente do STF, Luiz Fux, e o ministro Luis Roberto Barroso.

“Deveria estar, o Fux, estar respondendo processo lá no inquérito do Alexandre de Moraes. Se fosse um inquérito sério, e não essa mentira, essa enganação. O Barroso é um criminoso. 

Depois o Barroso vai para os Estados Unidos dar uma palestra de como retirar o presidente da República, depois vai para o Reino Unido e fala lá que queriam ressuscitar o voto em papel como antigamente. Barroso, você é um mentiroso. Um mentiroso”, disse.

Pelas redes sociais, Barroso reagiu e escreveu: “Mentira precisa voltar a ser errado de novo. Compareci à Câmara como presidente do TSE para debater o voto impresso atendendo a três convites oficiais. E foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores”, afirmou.

Ministros da ala política que aconselham Bolsonaro e têm interlocução com o Supremo já estão atuando como bombeiros. Eles disseram que ao STF que o presidente entendeu como provocação sem motivo os discursos de Fux e Fachin desta segunda-feira (1º).

O presidente do TSE assinou um protocolo para receber uma missão de observadores internacionais para as eleições.

“As missões de observação eleitoral cumprem um relevante papel, também, precisamente na preservação e no fortalecimento da democracia em nossa região. Democracia, essa, que é episodicamente abalada por espíritos daninhos”, disse Edson Fachin.