Eleições: João Doria volta a ser contestado dentro do PSDB

Governador de São Paulo sofre pressões internas sob o argumento de alta rejeição

Por Caiã Messina

O pré-candidato tucano ao Planalto João Dória voltou a ser alvo de fogo amigo, dentro do PSDB.

Bruno Araújo disse que se reuniu com ex-dirigentes tucanos, mas apenas para tratar das negociações de aliança com o Cidadania e o União Brasil.

Apesar das pressões internas pela desistência de Dória, sob o argumento de alta rejeição, a pré-candidatura tucana permanece. 

O governador de São Paulo levantou hoje a possibilidade de uso político da Polícia Federal, que investiga suspeitas na compra sem licitação de respiradores pelo estado.

“Tenho minhas dúvidas, mas vamos aguardar para verificar se essa motivação é de natureza política também. São Paulo não tem nada a temer, então toda investigação ela é bem vinda”, disse.

Sergio Moro (Podemos) rebateu o PT, que foi ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com uma acusação de caixa dois contra o ex-juiz. A representação foi arquivada.

“Não adianta criar factoides. A verdade está do nosso lado”, afirmou.

O ex-presidente Lula (PT) buscou a polarização com Jair Bolsonaro (PL) e afirmou que existe uma escalada autoritária no país, o que, segundo ele, deixa clara a necessidade de diálogo.

“Eles vão impondo as coisas e levando as coisas à toque de caixa, sem nenhum respeito a nenhum comportamento democrático”, afirmou.

Ciro Gomes (PDT) esteve em um evento do mercado financeiro e também atacou Bolsonaro.

“Bolsonaro roubava gasolina do gabinete. Vocês podem rir, mas isso estava plantado lá atrás. A minha verba como deputado dava R$ 600, a do Bolsonaro R$ 12 mil”, disse.

Jair Bolsonaro (PL) participou da mesma conferência, acompanhando de quatro ministros. Ele não comentou a acusação de Ciro e criticou ministros do Supremo sem citar nomes, além de colocar o sistema eleitoral em dúvida.

“Uns poucos dois ou três acham que não tem limites, podem ficar brincando o tempo todo de nos controlar, de desrespeitar nossa Constituição. De ferir nossa liberdade de expressão. De prender deputado. Onde vamos chegar? De ter um sistema eleitoral que não tem como comprovar que é fraudado mas não tem como comprovar também que não é fraudado”, disse.