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Eleições: após Ipec, Schüler vê Lula se construir sobre rejeição de Bolsonaro

Em participação no programa Band Eleições, Schüler pontuou que estratégia de Lula foca mais na rejeição do Bolsonaro do que em propostas

Da redação

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Após divulgação da pesquisa Ipec na última segunda-feira (26), o Band Eleições analisou o reflexo dos números nas campanhas. O cientista político Fernando Schüler destacou que, dada a falta de propostas, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se constrói sobre a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

A apresentação do programa foi de Rodolfo Schneider. Os jornalistas Fernando Mitre e Eduardo Oinegue completaram a bancada.

“A campanha Lula se constrói inteiramente, ou quase que inteiramente, na rejeição do Bolsonaro. Alguém já descobriu qual o programa de governo do Lula? O Lula diz que vai reformar a regra do teto. Vai colocar o quê no lugar? Vai mexer com a reforma trabalhista. Vai colocar o quê no lugar?”, questionou Schüler.

Governos anteriores do Lula na campanha

Após ponderação do cientista político, Mitre acrescentou que Lula, porém, possui dois mandatos para usar como arma de campanha, além dos números positivos nos dois governos, como crescimento econômico e popularidade acima dos 80%.

“A campanha do Lula tem um outro lado. O Lula já foi presidente em dois mandatos. Então, ele tem dois mandatos como argumento. E ele está fazendo isso o tempo todo. Ele está tentando colocar e está colocando em confronto o período Lula com o governo Bolsonaro. E mais! Está tentando levar aquele passado para o futuro”, pontuou Mitre.

“Choque de lideranças”

Quem também comentou o assunto foi Oinegue, que mencionou a falta de propostas pragmáticas por parte de todos os candidatos. Segundo o jornalista, o debate destas eleições se voltam a questões de liderança, sobretudo para negociações no Congresso Nacional.

“A verdade é que ninguém está prestando atenção nem quer prestar atenção. As pessoas querem um choque de lideranças, um embate entre perfis para saber quem é que vai conseguir conduzir os debates no Congresso Nacional. O orçamento do ano que vem está aprovado, totalmente engessado”, analisou Oinegue.

Voto útil

Schüler aproveitou para comentar a saga petista pelo voto útil, o que afeta, principalmente, a campanha de Ciro Gomes (PDT), já que o eleitorado é semelhante ao do Lula. Nesse sentido, o especialista reforça o teor democrático da busca por eleitores, diferente do que disse o pedetista no pronunciamento que fez à nação na última segunda-feira (26).

“A campanha do voto útil é normal. Desde que eu acompanho eleições, você tem campanha de voto útil”, disse Schüler.

Pontos positivos do governo

O cientista político também destacou pontos positivos do governo Bolsonaro, como dois meses de deflação, sobretudo no setor de combustíveis, perspectiva de crescimento do PIB de 3%, além dos dados animadores referentes a trabalhadores com carteira assinada.

“Nós temos indicadores econômicos no país. A inflação vai a 6%, que é um indicador positivo. Você tem dois meses de deflação. O primeiro mês muito focado nos combustíveis. Depois, espraia na cadeia produtiva”, salientou o especialista.

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