O décimo debate entre os candidatos à prefeitura de São Paulo foi marcado por ataques pessoais, citações de versículos bíblicos e fala machista de Pablo Marçal (PRTB). O evento, organizado pelo UOL e pelo jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (30), contou com a presença dos candidatos que mais pontuaram nas pesquisas eleitorais: Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

O debate foi organizado de maneira diferente dos anteriores. Dessa vez, os candidatos administravam um tempo de 20 minutos por bloco e poderiam pedir a palavra mediante sinalização. As perguntas foram feitas por jornalistas e pelos próprios candidatos. Os postulantes debateram de forma tranquila, mas ainda trocaram ataques pessoais e usaram o tempo para suas próprias defesas.

Marçal e Nunes trocaram citações bíblicas. O candidato do PRTB voltou a provocar o atual prefeito, que usou o tempo de fala para abordar propostas e citar o que tem feito pela capital. Marçal elogiou Tabata e afirmou que a convidaria para ser secretária municipal de Educação, caso seja eleito, desde que ela "deixasse de ser esquerdista".

Em seguida, o candidato afirmou que "mulher não vota em mulher porque mulher é inteligente". Ao término do debate, os candidatos falaram com a imprensa. Tabata avaliou o debate de maneira positiva e comentou a fala machista de Marçal. "Na hora, o que eu fiz foi devolver a questão para as eleitoras. Ele não conhece a gente. Só alguém tão alienado pode falar isso das mulheres".  

À imprensa, Marçal disse que Tabata precisa "comer muito arroz com feijão para ser prefeita de São Paulo", mas reafirmou que a convidaria para pasta municipal da Educação se "deixasse de ser esquerdista".  

Já Nunes declarou que não buscará apoio de Marçal caso chegue ao segundo turno com Boulos. "É uma agressividade, jogo, uma manobra. Tem um histórico de vida muito complicado com relação ao seu caráter."  

O candidato Boulos criticou Nunes por deixar de responder perguntas sobre a cidade. "O que me chama a atenção foi a não resposta de Nunes sobre questões cruciais. Um candidato a reeleição deixar as coisas abertas ao eleitorado é sério".

Agora, os candidatos devem manter as agendas e se prepararem para os novos debates que acontecerão nessa reta final. As eleições municipais acontecem no dia 6 de outubro, com segundo turno no dia 27.