Eduardo Leite diz respeitar prévias, mas não vê PSDB acorrentado ao resultado

Eduardo Leite também disse que João Doria pode fazer um gesto em direção à outra candidatura para “viabilizar alternativas”

Da redação com Rádio Bandeirantes

O governador Eduardo Leite (PSDB-RS), em entrevista à Rádio Bandeirantes um dia após renunciar ao cargo no Rio Grande do Sul, disse que reconhece as prévias tucanas que escolherem o governador João Doria (PSDB-SP) como o pré-candidato na corrida presidencial. Por outro lado, o gaúcho expressou que a votação do ano passado não é uma corrente para manter o partido preso.

“Eu reconheço as prévias. Não tem tentativa nenhuma de deslegitimar as prévias, mas as prévias não são uma corrente para o partido e que a gente fique argolado nisso. A gente precisa reconhecer que existe uma discussão em curso”, disse Leite ao apresentador Datena nesta terça-feira, 26.

Para justificar a renúncia ao Executivo do Rio Grande do Sul, Leite explicou que está à disposição do PSDB e outras siglas que querem lançar a chamada “terceira via” e que, devido a isso, precisa se ausentar das funções burocráticas de governador. O gaúcho afirma que apoiará o candidato que melhor se apresente como “via alternativa” ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Como já foi falado pelo próprio candidato escolhido, é um processo numa discussão com outros partidos, outras forças políticas. Tudo o que a gente quer, no final das contas, é a mesma coisa, apresentar para o Brasil uma alternativa. A gente quer viabilizar algo de diferente dessa polarização entre o atual presidente e um ex-presidente”, continuou.

Leite diz que Doria pode acenar para outra candidatura

Nas conversas partidárias que pretendem alavancar um nome alternativo à presidência da República, Leite destacou negociações do PSDB, União Brasil e MDB. O Cidadania também deve entrar nas discussões. Para o governador do Rio Grande do Sul, Doria também tem o sentimento de abrir mão da candidatura em prol de um nome mais forte contra Lula e Bolsonaro, os líderes nas pesquisas.

“É o sentimento que vejo no governador João Doria. Ele expressou isso em entrevistas, eventos recentes, que ele tem a disposição de ir adiante, se houver um entendimento, fazer o gesto em direção a outra candidatura. É o meu sentimento também. Não estou aqui para tirar ninguém de qualquer posição”, contou Leite.

Renúncia em meio a briga no PSDB

Na última segunda-feira, 25, Leite deixou pública a renúncia ao governo do Rio Grande do Sul para esta semana. No discurso, ele disse que não aceitou a proposta do PSD, partido que o lançaria como pré-candidato à presidência, para não “renunciar à história” dele no PSDB. Para o gaúcho, é mais importante “viabilizar alternativas” a priorizar “projetos pessoais”.

Desde o ano passado, Doria é o nome oficial do PSDB na corrida presidencial, escolha anunciada após as prévias tucanas. Ontem, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, um dos principais nomes da sigla, pelas redes sociais, reforçou que o nome do governador paulista deve ser respeitado.

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