Eduardo Cunha prevê que eleição possa ser decidida no primeiro turno

Em entrevista exclusiva ao Bandnews TV, ex-presidente da Câmara afirma que voto útil pode reverter cenário a favor de Bolsonaro

Por Isabel Mega

Eduardo Cunha prevê que eleição possa ser decidida no primeiro turno Agência Brasil
Eduardo Cunha prevê que eleição possa ser decidida no primeiro turno
Agência Brasil

Ex-presidente da Câmara e condenado na Lava Jato, Eduardo Cunha ensaia uma volta ao cenário político com prognósticos sobre a disputa presidencial polarizada entre Lula e Bolsonaro. Para o político, não há espaço para a terceira via e a eleição será decidida entre o ex e o atual presidente da República, com possibilidade de que não haja sequer segundo turno. 

"Existe uma coisa chamada voto útil. O eleitor quando olhar se tem que decidir entre Lula e Bolsonaro hoje ou daqui duas semanas, vai querer decidir logo para acabar com essa aporrinhação", afirmou em entrevista exclusiva ao BandNews TV.

Eduardo Cunha disse acreditar que Bolsonaro irá reverter o cenário apontado pelas pesquisas e sair vitorioso e declarou voto, inclusive, no atual presidente da República. "Bolsonaro é conservador de costumes e liberal na economia. São dois pontos que defendo para quem vai exercer o poder, então pela lógica, tenho que apoiá-lo". 

Os dois foram colegas de legislativo por pelo menos quatro mandatos e, segundo Cunha, não têm nenhuma relação atualmente. O ex-presidente da Câmara disse que prefere não expor se mantém contato ou não com o presidente da República, mas diz que não priva de uma relação a ponto de ser conselheiro de Bolsonaro.

A próxima eleição, na avaliação de Cunha, não será para "outsiders" porque quem se colocou como nova política quatro anos atrás já se tornou parte da política. Ele avisa: "estamos voltando sob a velha direção", mas pontua que para ele não há essa história de "velha" e "nova" política.

Eduardo Cunha tenta voltar à Câmara dos Deputados pelo PTB de São Paulo. Mudou de domicílio eleitoral, inclusive, e pode disputar uma vaga com Sergio Moro, ex-juiz e ex-ministro do governo Bolsonaro. 

Na conversa com o BandNews TV, ele disparou contra o político do União Brasil: disse que Moro foi jantado pela política e, se referindo à operação Lava Jato, afirmou que "Moro morreu na cena do crime que cometeu". 

Cunha terá que driblar ainda a justiça, já que está inelegível até 2027. "Meus advogados entendem que estou elegível, então vou me apresentar e vamos discutir esse registro no momento oportuno, na minha apresentação".

Eduardo Cunha foi presidente da Câmara de fevereiro de 2015 até julho de 2016 e foi um dos protagonistas do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Se voltar ao Congresso, ele promete apoiar a reeleição de Arthur Lira na função e diz que a partir dali é preciso ver o que vai acontecer. O político do PTB não descarta tentar voltar ao comando da casa.