Eleições

Debate na Band: candidatos de SP abordaram Cracolândia e pancadão em 2016 e 2020

Relembre o que foi destaque nos debates de 2016 e 2020, entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, transmitidos pela Band

Por Édrian Santos

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Reprodução/TV Band

Em ano eleitoral, a Band sempre sai na frente ao realizar, tradicionalmente, os primeiros debates dos candidatos que pleiteiam um cargo no Poder Executivo. Em 2024, não será diferente, pois os encontros dos que disputam prefeituras em todo o Brasil já têm data e horário marcados: 8 de agosto, a partir das 22h, nas plataformas digitais, e das 22h15, na TV aberta.

Para acompanhar a transmissão ao vivo pelas plataformas digitais, basta acessar o Band Jornalismo, no YouTube, o aplicativo Bandplay e o site Band.com.br.

Enquanto o dia do grande debate não chega, que tal relembrar temas que marcaram os dois últimos encontros que envolveram os candidatos à prefeitura de São Paulo? 

Debate de 2020

Em 2020, a situação da Cracolândia, a pandemia causada pela covid-19 e o transporte público estiveram na mira dos políticos. Veja mais detalhes a seguir.

Cracolândia

Um dos temas mais caros para a cidade de São Paulo diz respeito à Cracolândia, região dominada pelo grande número de dependentes químicos e tráfico de drogas. Apesar dos esforços e promessas, ao longo de várias administrações, o problema persiste, inclusive à luz do dia, no Centro da capital.

Os candidatos reconheceram que a Cracolândia é questão de saúde e segurança públicas. O problema afeta, além dos próprios dependentes, moradores e comerciantes.

No debate de 2020, o então prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, criticou um programa criado pela gestão de Fernando Haddad (PT), o “De Braços Abertos”, jocosamente apelidado de “Bolsa-crack”. A iniciativa foi estruturada em frentes de trabalho de zeladoria, com remuneração de R$ 15 por dia, atividades de capacitação, três alimentações diárias e vagas em hotéis da região.

“Nós acabamos com a ‘Bolsa-crack’ do PT. Nós temos uma ação social, de acolhimento, de roupa, de saúde, de tratamento daquelas pessoas, de segurança, de combate ao crime organizado e uma ação de trabalho para dar porta de saída para aqueles que assim desejam”, disse Covas após pergunta escolhida a partir de votação nas plataformas digitais da Band.

Na época, um candidato do PT, Jilmar Tato, também concorreu e respondeu a mesma pergunta. Na ocasião, defendeu a volta do programa “De Braços Abertos”, descontinuado na gestão de João Doria (PSDB), que venceu as eleições em 2016.

“Ali [na Cracolândia], nós temos que dar, para eles, atendimento médico, atendimento social, moradia e emprego. Foi isso que o governo do Haddad fez para essas pessoas”, pontuou Tato.

Pessoas em situação de rua

Além da Cracolândia, São Paulo enfrenta o problema da falta de moradia, o que eleva o número de pessoas em situação de rua. Em 2020, num contexto de pandemia, o então candidato Guilherme Boulos (Psol) defendeu o acolhimento imediato dos sem-teto por meio do que chamou de “casa solidária”.

A solução, para garantir moradia para as pessoas, não apenas provisória, é pegar imóveis abandonados, em situação ilegal, devendo mais imposto do que o valor deles, na região central, e construir moradia popular para essas pessoas (Guilherme Boulos, debate na Band 2020)

Já Márcio França, então candidato pelo PSB, defendeu investir na construção de moradias populares. Para ele, famílias “acampadas” nas ruas foram incentivadas pelo “relaxamento da prefeitura” com o tema.

Saúde e covid-19

A pandemia da covid-19 foi destaque na agenda corrida eleitoral de 2020. Obviamente, foi pautada no debate da Band. Na época, Covas questionou as propostas do então candidato Celso Russomano (Republicanos) para combater a crise sanitária em São Paulo. Em resposta, o comunicador criticou a atuação da prefeitura à frente da gestão na saúde da capital.

“A covid está sendo tratada, mas as outras doenças estão sendo esquecidas. As pessoas reclamam o tempo todo, para mim, que não conseguem fazer cirurgias eletivas, exames ou se consultar com médicos especialistas. Nós temos, em nosso plano de governo, as consultas pela internet, o remédio que estará nas casas das pessoas. Você [Covas] só está pensando na covid. Como ficam as outras doenças”, disparou Russomano.

Na réplica, Covas reforçou o trabalho da prefeitura no combate à pandemia, bem como o foco na prevenção, e destacou a entrega de hospitais. Antes, pontuou que a administração se pautava alinhada à área da saúde.

Transporte público

Transporte público sempre é um tema explorado pelas campanhas eleitorais. No debate de 2020, Joice Hasselmann, então candidata pelo antigo PSL, prometeu rever os contratos da prefeitura com as empresas de ônibus que operam na capital. Na época, acusou grupos de integrarem a “máfia dos transportes”, ligados a organizações criminosas.

“Dentro dessas empresas, que hoje atuam em São Paulo, tem gente séria, mas tem muita gente ligada à máfia do transporte coletivo. Essa máfia é ligada ao crime organizado. Tem que ter muita coragem para enfrentar essa gente, porque estou falando de bandidagem pesada. Então, sim, os contratos serão revistos”, disparou Hasselmann.

O então candidato Orlando Silva (PCdoB) apoiou a revisão dos contratos proposta por Hasselmann e ainda criticou subsídios bilionários repassados para as empresas, além de defender gratuidade para desempregados nos ônibus.

Debate de 2016

No debate entre os candidatos de 2016, a discussão tratou, entre outras coisas, da situação econômica, políticas públicas para minorias, multas de trânsito e até pancadões. Naquele ano, Fernando Haddad (PT), atual prefeito e candidato à reeleição, era o principal alvo dos adversários no debate da Band. Veja mais detalhes a seguir.

Economia e emprego

A pergunta sobre economia e emprego foi escolhida a partir de sugestões enviadas por leitores do antigo Metro Jornal. Todos os cinco candidatos, Haddad, João Doria (PSDB), Major Olímpio (Solidariedade), Marta Suplicy (MDB) e Celso Russomano (Republicanos) responderam-na.

Haddad destacou a gestão dele à frente obras públicas que, segundo o petista, fortaleceram a economia e geraram empregos. Principal rival do prefeito no pleito, Doria defendeu a captação de investimentos privados, nacionais e internacionais, redução de burocracias e valorização da economia criativa e criação de grandes eventos.

Minorias

Políticas públicas para as minorias também foram destaques em 2016, na corrida eleitoral. No debate da Band, Marta, ao confrontar Doria, defendeu a manutenção de iniciativas voltadas para mulheres, negros e pessoas com deficiência. Na ocasião, a então emedebista disse que o adversário havia chamado esses grupos sociais de “penduricalhos”.

Então, João, eu gostaria de entender por que você começou a cortar os negros. Depois, as mulheres. Depois, os jovens. Depois, as pessoas com deficiência (Marta Suplicy no debate da Band de 2016)

Em resposta, Doria negou as acusações de Marta ao reforçar que manteria, sim, políticas públicas para minorias, mas que as aprimoraria.

“Eu não chamei de penduricalhos. Apenas disse que valorizaria todas as políticas sociais. Para as minorias, pessoas deficientes, mulheres, jovens, todos eles. Entendo que a administração pública não se trata só de criar secretarias e ampliar a estrutura do Estado, mas melhorar a eficiência”, comentou Doria.

Pancadões

Ao longo dos últimos anos, os chamados “pancadões” – festas de rua com música alta e em desrespeito à Lei do Silêncio durante a madrugada – entram na agenda de discussão do paulistano. Em 2016, também foi destaque no debate realizado pela Band. Marta e Olímpio discutiram o tema.

Marta criticou a realização dos eventos em locais residenciais, o que prejudica, sobretudo, quem precisa acordar cedo para trabalhar. Ao mesmo tempo, a candidata refletiu sobre a proibição sem oferecer alternativas para os jovens, principalmente os da periferia.

“Não adianta proibir e não dar alternativa. Eu vou dar alternativa para a juventude. Nós podemos criar outros locais onde os jovens possam, sim, se divertir, possam ter cultura, porque a cultura também possibilita que você possa colocar a adrenalina para fora. Nós temos que criar a possibilidade de esportes noturnas”, considerou Marta.

Olímpio foi mais taxativo contra os pancadões, apesar de defender alternativas de lazer e esportes para os jovens. Naquela ocasião, o candidato chamou as festas de “antro de criminosos, traficantes, permissividade, sexo a céu aberto e perturbação do sossego público”.

Multas de trânsito

Quem vive em São Paulo sabe bem o dilema que é o trânsito da cidade. Em meio a milhões de veículos, todos os dias, nas ruas e avenidas, infrações e, consequentemente, multas, praticamente, fazem parte da rotina dos motoristas e motociclistas. No debate de 2016, pairou a crítica contra a gestão Haddad sobre o que chamaram de “indústria de multas”.

Em resposta, o então prefeito disse que ações da prefeitura para diminuir a velocidade máxima, em São Paulo, ocorreram por recomendações da ONU. Segundo o petista, os objetivos diziam respeito à redução o número de mortos e feridos e à melhoria do trânsito, ocasião em que negou a existência da “indústria de multas”.

Na contramão do prefeito, Russomano contestou dados apresentados por Haddad sobre a melhoria do trânsito após a redução da velocidade máxima em São Paulo.

Debate na Band 2024

Agora, em 2024, novos nomes debaterão na Band, exceto o candidato Guilherme Boulos (Psol), que participou em 2020. Além dele, nesta quinta-feira (8), o programa contará com a presença do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), José Luiz Datena (PSDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).

Não se esqueça! Para acompanhar a transmissão ao vivo pelas plataformas digitais, basta acessar Band Jornalismo, no YouTube, ou assistir pelo aplicativo Bandplay, ou site Band.com.br, a partir das 22h, com o pré-debate. Na TV aberta, o debate começa às 22h15.

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