Debate da Band: Bolsonaro ataca Lula, critica jornalista e diz defender mulheres

Candidato do PL diz que eleição está polarizada e destacou ações para aumentar segurança e fortalecer economia

Da redação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse no debate presidencial deste domingo (28) na Band que é um defensor dos direitos das mulheres. O candidato foi alvo de críticas das senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) após criticar a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, que fez uma pergunta para Ciro Gomes (PDT) sobre a política do governo Bolsonaro sobre vacinas. A jornalista disse que houve desinformação sobre as vacinas contra a covid-19 que foram disseminadas por Bolsonaro.

"Vera, acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse Bolsonaro.

Em seguida, Bolsonaro procurou destacar os feitos do seu governo em ações de defesa das mulheres. "Eu defendo as mulheres. Quando eu defendo a arma no campo, em especial, é para dar chance pra mulher se defender. Eu dei mais de 370 mil títulos de reforma agrária no Brasil, seu estado foi muito beneficiado e deixo claro 90% desses títulos foram para mulheres. Vinte milhões de pessoas que recebem."

Ele chamou de “mimimi” e “vitimismo” as declarações de Tebet e Thronicke contra sua postura em relação pas mulheres. 

"Não cola mais. Não cola isso. Uma mulher, se, porventura, faz algo errado, ela tem que responder por isso. E não ser defendida só porque é mulher. Chega de vitimismo. Somos todos iguais", disse Bolsonaro.

Violência

Bolsonaro voltou a destacar que em seu governo o número de mortes violentas diminuiu. 

“Os números têm demonstrado que, desde quando assumi, o número de mortes violentas, incluindo arma de fogo, obviamente, tem diminuído no Brasil. E nesse universo, que tem diminuído o número de vítimas no Brasil, estão as mulheres. Uma política universal que atinge a todo mundo. Ao você valorizar as mulheres, você diminui a violência, como, por exemplo, a titulação de terras, Auxílio Emergencial, entre outras medidas. A questão do voluntariado também praticado pela primeira-dama, cada vez mais conversando, de fato, com as mulheres. Estamos no caminho certo, não temos que inventar mais políticas. Se aparecer boas políticas, vamos adotá-las. Agora, não tem que se inventar, a solução está aí. O meu governo tem mostrado, na prática, que o número de mulheres mortas e violentadas têm diminuído.”

Ataques a Lula

Bolsonaro foi o primeiro candidato por sorteio a perguntar para um adversário e escolheu seu principal adversário, o ex-presidente Lula. Bolsonaro perguntou sobre a corrupção na Petrobras. “Presidente Lula, o senhor quer voltar ao poder para quê? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?”

O presidente destacou que a eleição está polarizada e que no passado Lula apoiou Hugo Chavez e Nicolas Maduro na Venezuela. 

“Para onde foi a Venezuela? Hoje, recebemos mais de 500 pessoas por dia, lá em Pacaraima, fugindo da fome, da miséria, da violência. Pesando em média 15 quilos a menos. E o Lula apoiou essas candidaturas. Olha para onde está indo a economia da nossa Argentina. O Presidente da Argentina, antes de ser Presidente, visitou o Lula, em Curitiba, na cadeia. E o Lula apoiou ele na Argentina. Hoje, 40% da população da Argentina está na linha da miséria. Lula apoiou o Presidente do Chile também, o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile? Lula apoiou também Petro, na Colômbia. Medidas dele: liberação de drogas, liberação de presos. Para onde está indo a nossa Colômbia?”

Críticas de Tebet

Bolsonaro foi incisivo ao rebater críticas de Simone Tebet, que o acusou de ter raiva de mulheres e de usar robôs em redes sociais para disseminar fake news.

"Me acusa sem prova nenhuma. Começo dizendo que eu defendi o estuprador. Qual? Qual estuprador? Por que essa forma barata de me acusar como se eu não gostasse de mulheres? Eu fui o governo que mais sancionou leis defendendo mulheres. Não fica aqui fazendo joguinho de "mimimi". Robô? Ora, meu Deus do céu, qual é a sua posição sobre liberdade de imprensa? Não vi ninguém do seu lado falar sobre essa agressão contra os empresários que tiveram uma busca e apreensão na tua casa porque estavam discutindo numa rede privada. Que negócio é esse? Qual a defesa que a senhora faz da liberdade de imprensa? Da liberdade... em toda sua plenitude? Para de fazer discurso barato, prezada senadora."
 

Problemas com STF

“Possíveis problemas com o Supremo Tribunal Federal, é uma voz corrente, a ingerência, o ativismo judicial que hoje se faz presente no Brasil. Um ministro agora há pouco interferiu mandando investigar, fazendo buscas e apreensões, entre outras barbaridades em um grupo de empresários. Ou seja, esse não é o trabalho do Poder Judiciário. Reagi no tocante a isso. Como, por exemplo, também, dei anistia a um deputado federal que havia, injustamente, sido condenado a nove anos de cadeia por falar, não interessa o que ele falou, ele tem imunidade por qualquer palavra, opinião e voto. Eu não tenho problemas com poder nenhum. Alguns poderes, ou melhor, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal que querem, a qualquer preço, interferir no Poder Executivo. Nós não podemos admitir isso daí. A harmonia tem que existir e a independência e o respeito, acima de tudo. E o respeito não falta da minha parte. De outra parte, que alguns se manifestam contrário à minha pessoa.”

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