Ciro Gomes termina com 3% no seu pior desempenho em eleições presidenciais

Candidato do PDT ficou em quarto lugar atrás de Lula, Bolsonaro e Tebet e se disse preocupado com o destino do país

Por Paulo Guilherme Guri

Ciro Gomes reconhece derrota nas eleições presidenciais Reprodução/Band TV
Ciro Gomes reconhece derrota nas eleições presidenciais
Reprodução/Band TV

Ciro Gomes (PDT) terminou a sua quarta disputa presidencial com o pior desempenho de sua carreira política. Com os votos apurados nas eleições deste domingo (2), Ciro terminou em quarto lugar, atrás de Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB).

Após reconhecer a derrota, Ciro Gomes afirmou: “Quero dizer a vocês que estou profundamente preocupado com o que estou assistindo acontecer no Brasil. Como vocês sabem, vou inteirar 65 anos de vida e tenho 42 deles dedicados ao amor, à minha paixão ao Brasil. Eu nunca vi uma situação tão complexa, tão desafiadora, tão potencialmente ameaçadora sobre a nossa sorte como nação."

“Por isso, eu peço a vocês que me deem mais algumas horas para conversar com meus amigos, conversar com meu partido, para que a gente possa achar o melhor caminho e equilíbrio para bem servir a nação brasileira.”

Desempenho de Ciro nas eleições presidenciais

1998 (terceiro colocado no primeiro turno)

  • Ciro Gomes (PPS): 7.426.190 votos (10,97%)

2002 (quarto colocado no primeiro turno)

  • Ciro Gomes (PPS): 10.170.882 votos (11,97%)

2018 (terceiro colocado no primeiro turno)

  • Ciro Gomes (PDT): 13.344.371 votos (12,47%)

2022 (quarto colocado no primeiro turno)

  • Ciro Gomes (PDT): 3.478.123 votos (3,06%)

O candidato termina sem conseguir se firmar como a terceira via para ser opção contra Lula e Bolsonaro. E disse em tom de despedida que essa foi a sua última eleição.

“Eu pretendo parar por aqui, por uma circunstância: se eu ganhar, eu troco minha reeleição pela eleição da forma que o país precisa ter, que foi jogada na lata do lixo em troca de um projeto de poder para o país. E se eu não vencer, eu quero ajudar a juventude a pensar coisas sem a suspeição de uma candidatura”, disse Ciro. 

Ciro votou nesta manhã na sede da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, na Praia de Iracema, em Fortaleza. Ele estava vestido de amarelo e acompanhado da família. Após o voto, todos posaram para foto e fizeram o número 12 com as mãos.

“Claro, essas coisas sempre podem mudar, eu quero deixar registrado aqui. Mas eu tenho 64 anos, estou dentro dos 65, e a minha vida inteira na causa do povo brasileiro. Chego aqui sem nunca ter sido denunciado por corrupção, nenhuma vez na vida, é raro político no Brasil poder dizer isso hoje. Sempre saí pela porta da frente, sempre entreguei o que a população esperou de mim. E não vejo a hora de poder cuidar da minha vida, dos meus lindos netos” completou o candidato. 

Ciro ainda afirmou que parou “muitas vezes ao longo da campanha" para pensar se valia a pena continuar como candidato. “Os tempos estão muito estranhos, no mundo e no Brasil, talvez eu esteja ficando uma pessoa meio fora da moda nesses tempos estranhos em que a gente está vivendo. Mas eu parei muitas vezes ao longo da campanha para pensar se valia a pena eu desistir de defender a Justiça, desistir de defender a igualdade e reafirmo para vocês categoricamente, o balanço final é: vale a pena, vale a pena”, finalizou. 

No início da semana, Ciro Gomes leu um manifesto no qual alegava estar sendo vítima de uma campanha para desistir de sua candidatura. 

"Nada deterá minha disposição de seguir em frente e empunhar a bandeira do desenvolvimento e denunciar corruptos demagogos que tentam ludibriar a população com falsas promessas", disse Ciro Gomes durante pronunciamento.

“Estou sendo vítima de uma gigantesca campanha nacional e internacional para retirar a minha candidatura.”

Ciro Gomes criticou a postura dos dois candidatos que aparecem à sua frente nas pesquisas eleitorais, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). “As máquinas poderosas do lulismo e do bolsonarismo estão conseguindo ludibriar a percepção popular, passando a falsa ideia de que apenas um pode derrotar o outro”, afirmou.