Eleições

Campanha de Bolsonaro tem até hoje para mostrar provas sobre inserções de rádio

Equipe de campanha de Bolsonaro alega que mais de 154 mil inserções da propaganda do candidato não foram exibidas em rádios do Brasil

Da redação

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, tem até esta terça-feira (25) para apresentar provas e “documentos sérios” da suposta fraude em inserções de propagandas bolsonaristas em rádios do Nordeste. O ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez o anúncio da possível irregularidade na noite da última segunda-feira (14).

Em entrevista coletiva, em frente ao Palácio da Alvorada, Faria disse que a campanha de Bolsonaro contratou duas auditorias para checarem denúncias sobre a não veiculação de Bolsonaro em rádios do Nordeste. Apesar das declarações, o ministro não informou quais rádios deixaram de divulgar o candidato à reeleição.

Segundo a campanha de Bolsonaro, essas rádios deixaram de veicular mais de 154 mil inserções de Bolsonaro entre os dias 7 e 21 de outubro em todo o Brasil.

“Como nós, que preservamos o direito de igualdade, a democracia, que cada lado possa mostrar o que está fazendo, a gente possa lidar com o fato de termos 154 mil inserções de rádio a menos. Isso é uma grave violação do sistema eleitoral”, disse Faria a jornalistas.

Assim que o ministro fez a denúncia, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), assinou um despacho para ordenar que a campanha de Bolsonaro apresente provas em até 24 horas. O magistrado também destacou que os fatos narrados não possuem documento sério. 

“Os fatos narrados na petição inicial não foram acompanhados de qualquer prova e/ou documento sério, limitando-se o representante a juntar um suposto e apócrifo ‘relatório de veiculação em rádio’, que teria sido gerado pela empresa ‘Audiency Brasil Tecnologia’. Nem a petição inicial, nem o citado relatório apócrifo indicam eventuais rádios, dias e horários em que não teriam sido veiculadas as inserções de rádio para a coligação requerente”, analisou Moraes.

Fábio Wajngarten, secretário-executivo das Comunicações que participou da entrevista coletiva, usou as redes sociais para dizer que, num primeiro momento, a campanha de Bolsonaro atestará o número de inserções nas mais de 4,8 mil rádios do Brasil. Depois, eles avaliarão se as veiculações aconteceram nos horários determinados pelo TSE.

A legislação eleitoral, por meio de uma resolução do TSE de 2019, destaca que cabem aos partidos a fiscalização da veiculação das propagandas nos veículos de rádio e TV. A suspeita deve ser levada ao Ministério Público Eleitoral (MPE). Caso haja comprovação da irregularidade, a emissora deverá transmitir, imediatamente, a campanha sem prejuízo ao candidato.