Eleições

Bolsonaro diz que campanha de 2º turno vai explicar ações da pandemia

Presidente criticou institutos de pesquisa e admitiu que parcela da população quer mudança

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse na noite deste domingo (2), após a confirmação de que irá ao segundo turno disputar a reeleição com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, que vai direcionar sua campanha para mostrar políticas do governo federal diante da pandemia, citando dados da economia. 

Bolsonaro também disse ter vencido o que chamou de "mentiras" dos institutos de pesquisa, ao citar o Datafolha. Segundo ele, o resultado da votação de primeiro turno mostrou erros de pesquisas de intenção de voto que não estavam captando a realidade eleitoral do País. “Nós vencemos a mentira no dia de hoje, estava o DataFolha dando aí 51% a 30 e poucos”, disse na noite deste domingo (2). "Agora é confiança total", disse.  

Durante toda a campanha, Bolsonaro e ministros fizeram muitas críticas aos levantamentos que mostravam uma vantagem maior de Lula e diziam que era bom que "elas se adequassem" para não ficarem descredenciadas.

O presidente admitiu que o resultado da eleição demonstra que uma parcela da população quer mudança e que vai focar a campanha em convencer o eleitorado mais afetado pela pandemia de Covid-19.

“Temos um segundo tempo pela frente, onde tudo passa a ser igual, o tempo para cada lado passa a ser igual. E agora nós vamos mostrar melhor para a população brasileira, em especial à classe mais afetada que a consequência da política do 'fique em casa, a economia a gente vê depois', é consequência de uma guerra lá fora, de uma crise hidrológica também. E tenho certeza que vamos poder melhor mostrar para essa parcela da sociedade que as mudanças que por ventura alguns querem, pode ser pior”, disse. 

Bolsonaro manteve suspense sobre sua estratégia daqui para frente sobre atacar o sistema eleitoral brasileiro. Segundo ele, é necessário aguardar um parecer das Forças Armadas para atestar a segurança das urnas eletrônicas. 

“Vou aguardar o parecer das Forças Armadas que ficaram presentes hoje lá na 'sala-cofre'. Repito, elas foram convidadas a integrar uma comissão de transparência eleitoral. Então, isso aí fica a cargo do ministro da Defesa”, disse. 

Bolsonaro teve mais votos no primeiro turno deste ano do que teve em 2018, quando foi eleito presidente da República. Com 99,18% das seções totalizadas, o presidente já tinha 50.875.492 votos (43,36%), atrás do ex-presidente Lula, com 56.603.934 votos (48,24%).

Em 2018, Jair Bolsonaro, então no PSL, teve 49.276.990 votos (46,03%) e disputou o 2º turno contra Fernando Haddad (PT), que teve 31.342.005 votos (29,28%) naquele primeiro turno.