O presidente Jair Bolsonaro (PL) busca um feito inédito nas eleições presidenciais deste ano. Candidatos que lideraram o primeiro turno nunca perderam uma eleição na história. Bolsonaro terá que reverter uma diferença de pouco mais de 6 milhões de votos para se manter no cargo. No primeiro turno, Bolsonaro recebeu 51.051.226 votos (43,22%), enquanto Lula teve 57.173.187 votos (48,40%).
Além desse tabu, Bolsonaro também tenta evitar ser o primeiro presidente da história a não ser reeleito. Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff mantiveram a tradição e venceram as eleições para governar por oito anos.
Em 1998, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu Luiz Inácio Lula da Silva por 53,6% a 31,71%. Em 2006, Lula venceu Geraldo Alckmin por 60,83% a 39,17%. Por último, Dilma Rousseff (PT) venceu Aécio Neves (PSDB) por 51,64% a 48,36%.
E para virar o jogo, Bolsonaro disse que vai direcionar sua campanha para mostrar políticas do governo federal diante da pandemia, citando dados da economia.
“Temos um segundo tempo pela frente, onde tudo passa a ser igual, o tempo para cada lado passa a ser igual. E agora nós vamos mostrar melhor para a população brasileira, em especial à classe mais afetada que a consequência da política do 'fique em casa, a economia a gente vê depois', é consequência de uma guerra lá fora, de uma crise hidrológica também. E tenho certeza que vamos poder melhor mostrar para essa parcela da sociedade que as mudanças que por ventura alguns querem, pode ser pior”, disse.
O presidente também deve atacar os institutos de pesquisa, que dias antes da eleição chegaram a publicar dados com Lula vencendo ainda no primeiro turno com mais de 50% das intenções de voto.
“Nós vencemos a mentira no dia de hoje, estava o DataFolha dando aí 51% a 30 e poucos”, disse na noite deste domingo (2). "Agora é confiança total", disse.
O presidente admitiu que o resultado da eleição demonstra que uma parcela da população quer mudança e que vai focar a campanha em convencer o eleitorado mais afetado pela pandemia de Covid-19.
Bolsonaro teve mais votos no primeiro turno deste ano do que teve em 2018, quando foi eleito presidente da República. Com 99,18% das seções totalizadas, o presidente já tinha 50.875.492 votos (43,36%), atrás do ex-presidente Lula, com 56.603.934 votos (48,24%).
Em 2018, Jair Bolsonaro, então no PSL, teve 49.276.990 votos (46,03%) e disputou o 2º turno contra Fernando Haddad (PT), que teve 31.342.005 votos (29,28%) naquele primeiro turno.