Na avaliação do cientista político e presidente da Quaest, Felipe Nunes, as pessoas estão mais politizadas e interessadas nos processos eleitorais deste ano em relação às eleições presidenciais passadas.
“Assim como em toda democracia, as pessoas vão aprendendo com o tempo a lidar com os processos democráticos. Me parece que o eleitor brasileiro está mais politizado, mais interessado e mais informado do que em outras eleições. Na média, os eleitores de Bolsonaro e Lula apresentam níveis de decisão política na casa dos 70%. Isso é muito alto comparado ao que a gente observava em eleições anteriores”, disse em participação do Band Eleições.
Toda semana o programa Band Eleições vai receber pré-candidatos e especialistas discutindo os temas mais importantes para os eleitores. Uma tradição do Grupo Bandeirantes que auxilia o eleitor a escolher seu candidato.
Felipe também destacou a importância das pesquisas de intenção de voto e afirmou que, além de mostrar números da corrida presidencial, elas possuem a função de informar.
“A pesquisa, assim como o jornalismo, tem a função de informar a população. As pessoas usam as informações das pesquisas para tomar decisões. Às vezes, na reta final de uma corrida eleitoral você um candidato que estava tendo um bom desempenho, mas na urna ele desaparece. Porque o eleitor dele faz o que a gente chama de voto estratégico”
Polarização
“As pessoas estão mais decididas. Mas só os eleitores do Lula e do Bolsonaro. O eleitor da chamada terceira via passou por um processo muito interessante. De julho do ano passado para cá a gente completou um ano de pesquisa eleitoral mensal. Na primeira rodada, em julho do ano passado, 30%, aproximadamente, dos brasileiros queriam um candidato "nem e nem", nem Bolsonaro e nem Lula. Eles queriam alguém que vencesse a eleição fora da polarização. Hoje, só 19% querem alguém "nem e nem", ou seja a polarização está caminhando em uma lógica que é mais ou menos um Atlético-MG x Cruzeiro, um Fla-Flu, Corinthians e Palmeiras, quando os grandes jogam, parece que os menores ficam de lado.”
Importância da campanha eleitoral
“Campanha eleitoral importa e importa muito. Primeiro, porque há ataques e há efeitos de comunicação que mexe com a emoção das pessoas. Segundo, porque choques exógenos acontecem: facadas, queda de avião, escândalos, declarações. Não é de hoje que a gente vê em campanhas eleitorais esse efeito. Qualquer cientista político e analista político que diz que esse cenário de hoje é estável, ele está arriscando demais.”