A Band realizou na noite deste domingo (7) o primeiro debate entre candidatos ao governo de São Paulo, na sede da emissora na capital paulista. O encontro teve a mediação do jornalista Rodolfo Schneider e contou com as presenças de Fernando Haddad (PT), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB), Vinícius Poit (Novo) e Elvis Cezar (PDT) (assista à integra acima).
Por duas horas, os candidatos debateram propostas de governo, falaram sobre temas como Cracolândia, saúde pública, educação, fome, geração de emprego, empreendedorismo, obras públicas e os problemas do estado. Também houve troca de provocações entre os candidatos e a ligação deles com os chamados “padrinhos políticos”.
Galeria de Fotos
Band realiza primeiros debates entre candidatos aos governos estaduais 1/16
Primeiro bloco
No primeiro bloco, os candidatos responderam uma uma primeira pergunta programática, escolhida pela produção da Band que foi sobre a Cracolândia e a sobre uma possibilidade de internação compulsória dos dependentes químicos que ficam na região.
Rodrigo Garcia (PSDB)
“A Cracolândia é um problema do governo de São Paulo. Todo problema de são Paulo é um problema do governador. A Cracolândia precisa de ação para os dependentes químicos, tratamento para os dependentes químicos e tratamento. estamos ao lado da prefeitura de São Paulo para minimizar os problemas da Cracolândia”.
Tarcísio Freitas (Republicanos)
"Quero agradecer a Deus pela minha vida, o suporte da minha família que me permitiu estar aqui. Entendo que a Cracolândia é um problema do governo do estado. A solução passa pela união de políticas públicas. A política de saúde de fazer o tratamento do dependente químico, a política de assistência social viva que permita criar ponte para oportunidades que eles tenham uma porta de saúde, que é o emprego. A política de segurança pública para não deixar o traficante agir livremente, uma política de revitalização do Centro da cidade e uma política de habitação, porque ninguém consome droga por que quer ou vai para a rua porque quer."
Vinícius Poit (Novo)
"Chega daquela política do toma lá da cá. Eu apoiei a Lava Jato e meu partido é o único que não tem nenhum condenado. É lógico que o problema da Cracolândia também é do estado e vai envolver quatro secretarias, de combate ao trafico, assistência social e saúde, porque aquilo é um problema de saúde e precisa tratar. Se for preciso o judiciário vai ajudar.
Elvis Cezar
“Meu nome é Elvis, já fui prefeito e considerado o melhor prefeito do Brasil. Estou aqui não para falar dos meus planos mas das suas dificuldades. No que diz respeito à Cracolândia, o governador é totalmente irresponsável. Quero trazer a experiência de Santana de Parnaíba, porque lá não tem moradores de rua. Começamos com acompanhamento contínuo da polícia civil acompanhando a Polícia Militar. Assistência social é tudo. Nenhum morador de rua morrera no meu governo. Emprego, saúde da família tudo isso vamos resolver na Cracolândia.”
Fernando Haddad (PT)
"Para discutir o estado de São Paulo é um trabalho que temos que fazer para cuidar das pessoas, cuidar das crianças e jovens que não estão tendo a educação que merecem, os idosos e os trabalhadores. A Cracolândia é assunto do governador. Tudo que acontece no estado de São Paulo é assunto do governador, não é indiretamente. A Cracolândia tinha um programa que dava teto, tratamento e trabalho para as pessoas e reduziu em 2/3 o consumo de drogas naquela região."
Rodada de perguntas
Logo após a pergunta programática escolhida, os candidatos puderam fazer perguntas diretas aos adversários. Com base em sorteio, Fernando Haddad perguntou para Tarcísio Freitas sobre propostas para a educação de São Paulo e o ensino médico. Em seguida, Rodrigo Garcia fez pergunta para Fernando Haddad sobre o Poupatempo. Tarcísio Freitas escolheu Vinícius Poit para perguntar sobre a violência contra a mulher. Vinícius Poit fez sua pergunta para Elvis Cesar e escolheu o tema segurança pública. Elvis Cézar perguntar para Rodrigo Garcia sobre feminicídio de segurança pública.
Ao final do primeiro bloco, os candidatos Tarcísio Freitas e Vinícius Poit tiveram direito a 20 segundos extras para falar sobre a pergunta programática da Band sobre a cracolândia devido a um problema técnico no áudio de ambos.
“Tem que ser capaz de aliar políticas públicas. Se Frankfurt, Lisboa e Nova York acabaram, por que São Paulo não vai acabar”, disse Tarcísio Freitas.
“O governo do estado de São Paulo tem responsabilidade pelo estado inteiro, inclusive a Cracolândia. Primeiro operação polícia para o combate à droga, segundo assistência social e saúde. Se o Judiciário for necessário, vai ser utilizado. E a capacitação profissional para dar uma porta de saída”, respondeu Vinícius Poit.
Segundo bloco
No segundo bloco, jornalistas do Grupo Bandeirantes fizeram perguntas para os candidatos, escolhendo quem vai responder e quem vai comentar a resposta. Todos respondem e todos comentam.
A jornalista Thais Freitas, da Rádio Bandeirantes, perguntou ao candidato Fernando Haddad sobre saneamento básico e escolheu Tarcísio Freitas para comentar a resposta.
Haddad disse que é contra a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
“No caso da Sabesp, eu sou absolutamente contra a privatização como defendem meus adversários, os consumidores vão ver a conta de água subir muito”, disse.
Tarcísio Freitas comentou que a empresa é patrimônio do estado e que, caso eleito, vai trabalhar para acelerar a meta de universalização .
“A gente tem que usar essa questão da privatização com cautela, mas sempre olhando indicador de desempenho”, afirmou.
A jornalista Paula Valdez, da BandNews FM, a Vinicius Poit sobre a fome no estado de São Paulo e escolheu Rodrigo Garcia para comentar.
Poit disse que a população em situação de rua cresceu nos últimos anos e defendeu mais investimento em assistência social.
“É importante dar o peixe, a vara, criar ambiente de pescaria para florescer e deixar a pessoa pescar sozinha depois. A gente precisar dar a comida, o Bom Prato, mas precisa dar o peixe”, afirmou.
Rodrigo Garcia lembrou dos programas do seu governo.
“Fizemos várias ações no bolsa trabalho. a desigualdade social é muito grande e precisa enfrentar com políticas públicas para ajudar quem precisa”, finalizou.
Ivana Moreira, editora-executiva do jornal Metro, perguntou a Elvis Cezar sobre a fila de espera por cirurgias eletivas.
Elvis falou dos seus projetos quando foi prefeito da cidade de Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo.
“Os exames de São Paulo terão eficiência no nosso governo. Lá em Santana tem um centro de indicadores que acompanha o paciente entrando na porta e saindo do hospital, sendo bem cuidado e bem atendido. Quero fazer a saúde pública, cuidar de pessoas em nossos estado”, disse.
já Vinicius Poit criticou gestões anteriores e falou que o estado possui dinheiro para acabar com esse problema.
“Dinheiro tem, tem o fundão de qualquer um desses candidatos”, disse.
A jornalista Sheila Magalhães, da Rádio BandNews FM, perguntou sobre habitação para Tarcísio Freitas e escolheu Elvis Cezar para responder.
Tarcísio disse que, se eleito, vai conduzir o maior programa de habitação da história do estado. "Vamos concluir amis de 300 mil habitações inacabadas."
Já Elvis garantiu que usará todos os meios para acelerar as obras paradas e que apostará no CDHU.
O jornalista da TV Bandeirantes, Joel Datena, perguntou para Rodrigo Garcia sobre obras inacabadas e escolheu Fernando Haddad para comentar.
Garcia disse que caso seja reeleito vai continuar as obras dos governos anteriores e vai acelerar a construção de novas estações de metrô e terminar o rodoanel.
Haddad criticou o orçamento de São Paulo e citou números para explicar que o investimento está reduzindo ao longo dos anos.
Terceiro bloco
Em ordem definida por sorteio (Fernando Haddad, Rodrigo Garcia, Tarcísio de Freitas, Vinicius Poit e Elvis Cezar), candidato pergunta para candidato. Todos perguntam e todos respondem.
Haddad pergunta para Elvis sobre a queda do investimento do governo de São Paulo. Em seguida, Rodrigo Garcia questionou Fernando Haddad sobre a situação da saúde no estado. Tarcísio Freitas perguntou para Rodrigo Garcia sobre a falta de investimentos no estado. Vinicius Poit perguntou para Tarcísio de Freitas sobre suas alianças políticas. Elvis César perguntou ao candidato Vinicius Poit sobre educação.
Considerações finais
Cada candidato teve um minuto para as considerações finais, em ordem inversa ao início do debate (Fernando Haddad, Elvis Cezar, Vinícius Poit, Tarcísio de Freitas e Rodrigo Garcia).
Fernando Haddad
“Queria agradecer a todos que acompanharam. Meu pai dizia que uma pessoa precisa acordar e ter um destino. E eu conheço dois que são os mais importantes, o destino da educação e do trabalho. Sem educação e sem trabalho não se constrói uma sociedade. Com esse salário mínimo do governo federal e do governo estadual, você não vai conseguir colocar comida na mesa da sua família. Sem os hospitais Dia no interior, sem o apoio às upas e ao Samu você não vai ter uma saúde de qualidade e a fila não vai cair. Sem um instituto estadual nos moldes do instituto federal para revolucionar o ensino médico, a nossa juventude vai conseguir desempregada. nós estamos com o melhor time Alckmin, Boulos, Marina e Lula para transformar São Paulo.”
Elvis César
“Eu quero agradecer a Deus e a você que está acompanhando esse debate. Nos últimos 20 anos eu me preparei para estar aqui hoje, para combater o bom combate. E o meu candidato a presidente é o Ciro Gomes, e a senador, Aldo Rebelo. Quero falar por que quero ser governador. Estou preparado para fazer um movimento pela educação de São Paulo, para fazer uma saúde com eficiência e que cuide das pessoas, sem filas, sem falta de remédios. Quero uma segurança pública que dê a dignidade que o cidadão merece, que possa sair com celular na mão sem medo que seja assaltado. Quero eliminar a fome e combater a pobreza em São Paulo. Eu sou o próximo governador, Elvis.”
Vinícius Poit
“Quero muito agradecer a Deus, minha família e você que tem que acordar cedo para ralar e colocar comida na mesa por estar acompanhado a gente. Meu nome é Vinicius Poit e sou comerciante. Precisamos de mais comerciantes para não aumentar imposto. Chega dos mesmos. O Zema ganhou o governo de Minas Gerais e dá para a gente ganhar o governador de São Paulo.”
Tarcisio Freitas
“Quero agradecer a Deus pela oportunidade, agradecer ao Grupo Band e a todos que nos acompanharam no dia de hoje. Quero dizer que eu vi um país que passou por crises muito severas, muito duras, como a crise do covid, a crise hídrica, a Guerra da Ucrânia, mas está saindo do outro lado. Está saindo gerando emprego, está saindo combatendo a inflação, está saindo crescendo, e vai sair mais forte. Vamos fazer a diferença inaugurando uma nova era, uma era de esperança, onde as pessoas vão andar tranquilas nas ruas, onde um pai de família não vai mais ser assaltado, onde o transporte público vai chegar na periferia e as pessoas vão poupar horas em suas vida. Onde não vai ter mais esgoto a céu aberto, onde nos vamos ter emprego e conectar o jovem com o futuro, com a esperança. Onde nós vamos dar perspectiva para os moradores em situação de rua, onde nós vamos fazer o nosso empreendedorismo florescer.”
Rodrigo Garcia
“Quero agradecer também à Band pela oportunidade e agradecer minha esposa, meu candidato a vice-governador, ao meu candidato ao senado e agradecer a Deus pela vida e por estar governando o estado de São Paulo. Sei que as coisas não estão perfeitas, mas antes de andar para frente, nós temos que garantir as conquistas que temos em São Paulo. E eu estou aqui para dar a tranquilidade à população de São Paulo que eu garanto essas conquistas e ao mesmo tempo seguir em frente e seguir inovando. Estou muito preocupado com o que está acontecendo com o brasil desde quando essa briga política começou, eu quero fazer uma pergunta, o que melhorou na sua vida? nada. Não quero que essa briga política venha para São Paulo. Por isso estou aqui para proteger São Paulo, levar São Paulo para frente para as pessoas brilharem e serem felizes.”
Cobertura Band Jornalismo
- Reportagens: Andrey Mattos, Larissa Zapata e Luana Massuela
- Edição: Bárbara Damasceno, Bruno Soares, Camila Corsini, Emmanuel Colombari, Emanuele Braga, Evandro Almeida, Eduardo Adante, Henrique Liva, Leonan Silva, Michelle Marques e Rodrigo Lima
- Coordenação: Luciano Dorin, Marcelo Neves e Paulo Guilherme
- Diretor de conteúdo jornalístico: André Basbaum
- Direção de Redação: Andressa Guaraná
- Chefia de Produção: Douglas Santucci
- Direção Geral de Conteúdo: Rodolfo Schneider
- Direção Nacional de Jornalismo: Fernando Mitre