O presidente da Câmara Federal, o deputado reeleito Arthur Lira, criticou o que chamou de “empresas de pesquisas” devido a divergências de resultados após a apuração do primeiro turno. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o parlamentar defendeu a repressão, punição e banimento de institutos que induzem o eleitor ao voto.
“Eu tenho sido muito procurado por parlamentares para a instalação de CPI. Eu, particularmente, penso que CPI é um instrumento muito forte no Congresso Nacional. Neste caso, não sei se seria adequado, mas uma alteração dura na legislação para que a gente possa reprimir, punir e banir do sistema político brasileiro empresas de pesquisas”, disse Lira na manhã desta terça-feira (4).
Pesquisas vs resultados nas urnas
Parte das pesquisas não refletiram o resultado das urnas, como em São Paulo, onde Fernando Haddad (PT) liderava no primeiro turno até a última pesquisa Ipec, na véspera da votação. O pleito, porém, terminou com Tarcísio de Freitas (Republicanos) na primeira colocação com mais de 6 pontos de distância do petista.
Em nível nacional, as mesmas pesquisas apontavam indefinição sobre a eleição encerrar ainda no primeiro turno. O Datafolha e Ipec mostravam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente do presidente Jair Bolsonaro (PL) com 50% e 51% contra 36% e 37% dos votos válidos. O resultado da urna manteve o petista na frente, mas com diferença de apenas 5 pontos para o candidato à reeleição.
Metodologia única
Segundo Lira, providências devem ser tomadas de maneira que haja uniformidade na metodologia estatística adotada pelos institutos. Ainda conforme o presidente da Câmara, também cobrou imparcialidade da mídia no segundo turno entre Lula e Bolsonaro.
“Essas coisas [pesquisas] têm que ter uma regulamentação, metodologia única. Você pode variar em número de pessoas, em algum questionamento, mas não pode variar na base de cálculos e estatística. Você não pode levar em consideração dados que se confrontem de um instituto para outro”, disparou Lira.