Agronegócio e CNT repudiam bloqueios e pedem liberação de rodovias

FPA pontuou que paralisações em rodovias representam risco para o abastecimento da cadeia produtiva

Da Redação

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam a rodovia BR-116 durante protesto REUTERS/Pilar Olivares
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam a rodovia BR-116 durante protesto
REUTERS/Pilar Olivares

A (Confederação Nacional do Transporte) e a FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) se manifestaram contra os bloqueios em rodovias federais promovidos por bolsonaristas inconformados com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição de domingo (30). 

A FPA pontuou que as paralisações em rodovias impactam diretamente os consumidores brasileiros e representam um risco para o abastecimento da cadeia produtiva do agronegócio. 

“Fazemos um apelo para que as rodovias sejam liberadas para cargas vivas, ração, ambulâncias e outros produtos de primeira necessidade e/ou perecíveis”, diz em nota.

A CNT, entidade de representação das empresas de transporte no Brasil, disse que “se posiciona contrariamente a esse tipo de intervenção”.

“A entidade respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, defende que ele seja exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas”, diz a nota.

“Além de transtornos econômicos, paralisações geram dificuldades para locomoção de pessoas, inclusive enfermas, além de dificultar o acesso do transporte de produtos de primeira necessidade da população, como alimentos, medicamentos e combustíveis”.

A CNT pede que as autoridades garantam “a circulação de pessoas e de bens por todo o País com segurança, entendendo que qualquer tipo de bloqueio não contribui para as atividades do setor transportador e, consequentemente, para o desenvolvimento do Brasil”.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística, entidade nacional que congrega as empresas de transporte rodoviário de cargas, também se pronunciou contra os bloqueios. 

“Sendo entidade de representação empresarial manifesta-se veementemente contra movimento grevista, de natureza política, que fere o direito de ir e vir de todos os cidadãos, criando obstáculos à circulação de veículos que prestam serviços essenciais ao abastecimento da população, em especial de gêneros de primeira necessidade, como medicamentos e alimentos”, diz em nota.

Bloqueios

O número de pontos bloqueados está variando ao longo do dia. O balanço mais recente da PRF (Polícia Rodoviária Federal), divulgado no fim da tarde desta segunda-feira (31), apontava para 236 pontos monitorados em 16 estados. 

O estado com mais pontos em monitoramento era Santa Catarina, com 37 bloqueios. No Paraná, que tinha oito interdições e dois bloqueios, um dos trechos parados é que dava acesso ao porto de Paranaguá, importante terminal de escoamento de grãos.