São volume mínimos comparados às médias ofertadas em geral nos leilões, frequentemente na casa dos milhões.
O comportamento considerado por muitos analistas como disfuncional da curva de juros nas últimas semanas, com algumas taxas retomando níveis não vistos desde 2016, torna o mercado em dias de leilões de títulos públicos ainda mais sensível às quantidades que o Tesouro oferta, não somente quando os lotes são efetivamente anunciados.
Antes disso, a própria expectativa dos agentes para os volumes por si só já costuma trazer alguma pressão à curva.
O estrategista de renda fixa da Necton Investimentos Fernando Ferez vê a antecipação dos volumes como um sinal de que o Tesouro quer evitar adicionar ruído ao mercado. "A intenção é de avisar antecipadamente que já vai ofertar um lote menor", afirma.
Quanto maior o lote, maior o risco para quem participa do leilão, especialmente nos vértices mais longos.
Na mesma linha, o estrategista de renda fixa da BGC Liquidez Daniel Leal diz que, com o comunicado, o Tesouro "optou por tirar qualquer pressão que ele poderia colocar no mercado".
Em relação ao anúncio de uma atuação conjunta com o Banco Central, ele explica que as instituições mantêm contato e eventualmente decidindo em conjunto para que as intervenções e/ou ações tenham maiores efeitos. "Não significa necessariamente que o BC vai atuar no cambio, apesar de poder", diz.
O Tesouro diz ainda que continuará monitorando as condições de mercado e atuará de forma a assegurar o bom funcionamento do mercado de títulos públicos e de outros ativos relacionados.